A formação permanente como um dos elementos basilares na vida Religiosa consagrada.



Queridas irmãs,

 A priori, que elementos nos inspiram o Evangelho de Jesus Cristo no sentido de transformar nossa consagração numa Vida Religiosa místico-profética?  Pois bem, o tempo em que vivemos impõe que se repense, em geral, a formação das pessoas consagradas, sem a limitar a um único período da vida. Não só para que se façam sempre mais capazes de se inserir numa realidade que se modifica com um ritmo muitas vezes frenético, mas também, e primeiramente, porque é a própria vida consagrada que exige, pela sua mesma natureza, uma constante disponibilidade naqueles que a ela são chamados. Se, de fato, a vida consagrada é em si mesma, uma «progressiva assimilação dos sentimentos de Cristo», parece evidente que um tal caminho não poderá durar senão toda uma existência, para comprometer toda a pessoa, coração, mente e forças (cfr. Mt 22, 37), fazendo-a semelhante ao Filho que se doa ao Pai pela humanidade. Assim entendida, a formação não é mais apenas um tempo pedagógico de preparação para a consagração definitiva, mas representa um modo teológico de pensar a própria vida consagrada, que é, em si, uma formação jamais terminada, uma «participação na ação do Pai que, através do Espírito, plasma no coração (...) os sentimentos do Filho». Importante será, então, que cada pessoa consagrada seja formada para a liberdade de aprender ao longo de toda a sua vida, em cada idade e época, em cada ambiente e contexto humano, de cada pessoa e de cada cultura, para deixar-se instruir por qualquer fragmento de verdade e de beleza que encontrar ao seu redor. Mas deverá aprender principalmente a se fazer formar pela vida cotidiana, pela sua própria comunidade, por seus irmãos e irmãs, pelas coisas de sempre, ordinárias e extraordinárias, pela oração bem como pela fadiga apostólica, na alegria e no sofrimento, até ao momento da morte.
O projeto de vida das pessoas consagradas tem sua fundamentação primeira no seguimento de Jesus Cristo. A força que transformam religiosas e religiosos em pessoas profundamente místicas, vem deste discipulado radical, que capacita ao testemunho fiel até a entrega da vida. 


O Evangelho de Jesus, que procuramos encarnar, traz os elementos que nos inspiram e orientam:
  • Retomar decididamente a dimensão da espiritualidade, VIDA e MISSÃO e Jesus Cristo;
  • Não tem solidez uma vida religiosa consagrada, sem vida de oração contínua, encontro pessoal diário com a pessoa de Jesus Cristo;
  • Doar a vida como Jesus, na alegria e generosidade;
  • A sabedoria e o discernimento para buscar em tudo e acima de tudo a vontade de Deus;
  • A Radicalidade do seguimento dos discípulos, das mulheres, principalmente Maria;
  • A itinerância e a missionariedade de Jesus;
  • A sensibilidade de Jesus na escuta do Pai em meio ao povo, a misericórdia e o perdão, a humildade, ser solidária/o com aqueles/as que tem fome, dor, tristeza e alegria;
  •  O seguimento de Jesus, em discipulado radical a serviço do Reino de Deus;
  • Relações de comunhão com irmãs e irmãos, em discipulado de iguais na gratuidade;
  • Visibilidade na comunidade local, possibilitando uma renovada animação vocacional;
  • Valorização excelente da dimensão humana e antropológica, ligada à espiritualidade que brota da Leitura Orante da Palavra de Deus
  • Manter viva a paixão por Jesus Cristo e seu Reino e a alegria da consagração;
  • Testemunho pessoal e comunitário na vida e na missão: Testemunho da Radicalidade do seguimento de Jesus;
  • Incentivar e fortalecer a participação na CRB a favor da vida em plenitude;
  • Criar e testemunhar relações mais fraternas, próximas e humanas, convidar ao perdão, a tolerância e maior acolhida uns dos outros na gratuidade;
  • Tornar visível o carisma e a missão do Instituto e, unir forças em defesa, e promoção da vida em todas as dimensões;
  • Testemunho de comunhão eclesial, desenvolver e cultivar a pastoral da alteridade;
Audácia no anúncio da pessoa e do projeto de Jesus Cristo, em discipulado missionário.
                                                                                                                                     
“No entanto, qualquer que seja o ponto a que tenhamos chegado, continuemos na mesma direção”. 
(Fl. 3,16)

Irmã Maria Vieira Feitoza.

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