Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010



“Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” Mt 6,24c

Ó Deus criador, do qual tudo nos vem, nós te louvamos pela beleza e perfeição de tudo que existe como dádiva gratuita para a vida.
Nesta Campanha da Fraternidade Ecumênica, acolhemos a graça da unidade e da convivência fraterna, aprendendo a ser fiéis ao Evangelho. Ilumina, ó Deus, nossas mentes para compreender que a boa nova que vem de ti é amor, compromisso e partilha entre todos nós, teus filhos e filhas.
Reconhecemos nossos pecados de omissão diante das injustiças que causam exclusão social e miséria. Pedimos por todas as pessoas que trabalham na promoção do bem comum e na condução de uma economia a serviço da vida.
Guiados pelo teu Espírito, queremos viver o serviço e a comunhão, promovendo uma economia fraterna e solidária, para que a nossa sociedade acolha a vinda do teu reino.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Assembléia do Povo de Deus do Regional Sul II.

Por que Assembléia do Povo de Deus?

O conceito de Igreja apartir do Concílio vaticano II assume uma nova configuração, onde todos os homens e mulheres são chamados a formar o povo de Deus, por meio da vocação batismal, de onde emanam todas as vocações: leigas, sacerdotal, vida religiosa consagrada e matrimonial. O tema que permeou toda a reflexão e discussão na assembléia foi a Iniciação Cristã, abordado pelo Padre Luiz Alves de Lima, assessor da catequese na CNBB.
Neste contexto sublinhamos o lugar e a importância da presença das lideranças que compõe esse corpo Eclesial: Arcebispos, Bispos, padres, religiosas/os, leigos/as comprometidos com a dimensão catequética, Litúrgica, setor família, e demais organismos e pastorais que fazem parte da estrutura eclesial, com o intuito de pensar a Ação Evangelizadora. Recordemo-nos também que não se trata de uma Igreja situada nos moldes hierárquico, piramidal, contudo, uma Igreja sistêmica, constituídas por diversos ministérios e serviços, que são as forças vivas da Igreja, onde as novas relações são marcadas pela comunhão e participação, centrada na vida e missão de Jesus Cristo, daí o sentido do seguimento assumido e vivido na radicalidade em vista do discipulado e da missão.
Finalmente, fica patente para cada um/a certeza de que estamos fazendo um itinerário na alegria no esforço e na gratidão, no entanto, temos também a lucidez e perspicácia de que precisamos avançar para águas mais profundas com coragem e ousadia, sabendo que todos/as são responsáveis pela caminhada de vangelização na igreja.
Por último, foi neste clima de acolhida, fraternidade, solidariedade e comunhão que estiveram reunidos nos dias 25 a 27 de setembro de 2009, na arquidiocese de Maringá.


Irmã Maria Vieira feitoza.

Comunidade Jesus Bom Pastor



Nosso próximo encontro vocacional será no dia 26 de setembro as 14:00 horas.Escreva-nos irmasdecristopastor@hotmail.com

ORAÇÃO VOCACIONAL

Senhor Jesus Cristo, Bom Pastor de nossas almas, tu que conheces as tuas ovelhas e sabes como tocar o coração do homem e da mulher, abre a mente e o coração dos jovens que procuram e esperam uma palavra de verdade para a sua vida.Faze com que eles sintam que só no mistério da tua Encarnação encontram plena luz.Desperta o coração daqueles que sabem onde procurar a verdade, mas temem que o teu convite seja demasiado exigente.Desperta o ânimo daqueles jovens que te querem seguir, mas não sabem vencer as incertezas e o medo, acabando por seguir outras vozes e outros caminhos sem saída.Tu que és a Palavra do Pai, Palavra que cria e que salva, Palavra que ilumina e que sustenta os corações, vence com teu espírito as resistências e as hesitações dos ânimos indecisos. Suscita naqueles que chamas, a coragem da resposta de amor: "Eis-me aqui, envia-me".Virgem Maria, jovem filha de Israel, anima com teu amor materno os jovens a quem o Pai faz ouvir a sua Palavra, anima os já consagrados. Repitam contigo o SIM de uma doação alegre e irrevogável.Mãe da Divina Providência, suplica ao teu Filho Jesus, que nos conceda a graça de irradiarmos a alegria da nossa vocação, e que o nosso testemunho de vida seja uma verdadeira promoção vocacional.Mãe dos vocacionados, pede a Jesus que, apesar das nossas fraquezas, nos envie muitas vocações, e que possamos, com o auxílio da graça, colaborar para que sejam fiéis e perseverantes. – Amém.

O Jovem e a Religião

Quando falamos sobre evangelização da juventude, em um contexto eclesial nos deparamos com uma realidade desafiadora e complexa. Os bispos reunidos com o Papa Bento XVI na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe em Aparecida em maio de 2007, destacaram a importante contribuição que o jovem oferece a Igreja e a sociedade pela sua sensibilidade e generosidade, mas também não esconderam por sua vez a preocupação da Igreja com inumeráveis jovens de nosso continente que passam por situações que os afetam profundamente: a pobreza, educação de baixa qualidade, suicídio, globalização entre outros. Tornando-os presas fáceis diante de tantas propostas religiosas. (DA 444 – 445).
Sabemos que a sociedade atual manifesta uma crise nas instituições tradicionais, vivemos em um tempo de profundas e rápidas mudanças, que nos marcam de diversas formas, inclusive nossos jovens. Vivemos hoje diante da cultura da competição, da performance, da simulação, do imediatismo e da exclusão fazendo com que muitos jovens sejam afetados pelo narcotráfico, pelo alcoolismo, pela preocupação exacerbada com a aparência e pela prostituição que lhes rouba a melhor fase de suas vidas. “Nessa fase contemporânea, a juventude transforma-se em ‘marca’ criada pela mídia, impondo-lhe um estilo de vida, de consumo, como padrão para outras idades. Crianças são atraídas para serem jovens, enquanto adultos permanecem tentados a assumir de maneira desajeitada”. (LIBÂNIO, 2004, p. 38). Tais realidades tem levados nossos jovens a criar uma realidade fantasiosa da própria vida, lutando para alcançar um “padrão” pré-estabelecido que os façam sentir pertencentes a um determinado “grupo”. Gerando em muitos uma crise de sentido, uma vazio existencial uma “ausência” de Deus.
Porém dentro de toda esta realidade “Deus não foi embora o sagrado permanece rico e solido, no contexto pós-moderno” (José J. Queiros). Frente a essa realidade, a religião quer e contínua, sendo um caminho que nos proporciona vivências profundas e marcantes, que nos ligam e religam com a vida e sua sacralidade e nos humaniza. Do encontro pessoal com Jesus Cristo descobrimos o sentido ultimo de nossa existência, caminhando junto D’ele nosso coração vai se aquecendo dissipando as nossas cegueiras.
Consciente desta realidade a Arquidiocese de Maringá também lança no seu 22° Plano de Ação Evangelizadora seu olhar sobre a juventude. A arquidiocese deseja abrir todos os espaços possíveis da Igreja para acolher os jovens e valorizar a sua participação, sua linguagem sua cultura e sua mística. (Cf. 22° Plano de Ação Evangelizadora Arquidiocese de Maringá). Assumindo três projetos para a juventude: 1) a Escola Missionária de Juventude, para capacitar lideranças para o trabalho com jovens na comunidade paroquial; 2) a Carta Pastoral sobre Juventude, para orientar a ação evangelizadora da juventude através de uma carta temática do arcebispo e toda a Igreja Particular de Maringá; 3)a criação de Grupos de Vivência pós-crisma, para ajudar os jovens que foram crismados a elaborar um projeto pessoal de vida.
Diante desta proposta da Igreja e da Arquidiocese de Maringá nossa Comunidade Paroquial acolheu este Plano de Ação Evangelizadora com uma “recepção criativa”. No dia 15 de Agosto tivemos em nossa paróquia a missa pré-balada direcionada para a nossa juventude bem contextualizada valorizando a experiência da cada jovem. Foi uma celebração dinâmica organizada por alguns jovens de nossa paróquia. Mas não para por ai nosso trabalho com a juventude há muito que se fazer, por isso estamos nos planejando e refletindo o que de fato podemos elaborar enquanto paróquia para que nossos jovens sintam-se cada vez mais cativados e entusiasmados pelo projeto de Deus. Pois "Nem sempre podemos construir o futuro para nossa juventude, mas podemos construir nossa juventude para o futuro." (Franklin Roosevel).

Irmã Daiane Pereira Francisco.

Artigo - Irmã Maria Vieira Feitoza


A IMPORTÂNCIA DA FUNÇÃO MATERNA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

A função Materna é essencial para a organização psíquica da criança e sua constituição como pessoa. Pode-se dizer que é a partir da organização psicológica desenvolvida no relacionamento com a mãe ou com a sua cuidadora que ela conquista a capacidade de se relacionar com o resto do mundo o que inclui a construção de valores humanos, éticos, morais e religiosos aprendidos através das e nas relações sociais iniciadas no berço familiar e ampliadas no convívio com o “mundo” externo. “O papel da mãe é fundamental para o futuro da sociedade” (D.A.Pag. 280). Durante os anos iniciais do desenvolvimento psíquico, a questão do meio ambiente se resume praticamente à situação de relacionamento entre mãe - filho. Entretanto, não são os aspectos mais formais e visíveis da relação mãe-filho que adquirem importância para a criança, mas sim aquilo que se passa nesta relação mãe-filho que se traduz em vivências afetivas significativas (Gorayeb, 1985). A criança deseja e necessita receber da mãe não apenas alimento, mas também seu amor, compreensão afago e ternura que se expressa através dos cuidados da mãe para com seu filho. A ternura pressupõe três cuidados básicos: O Abrigo, a empatia que garantirá os cuidados a criança; O alimento, avalizar e sustentar o estado nutricional da criança em todas as dimensões; e o bom tratamento, seja um olhar cuidadoso, com afeto amoroso a quem saindo de suas entranhas, é reconhecido como sujeito e diferente e dar a esta a possibilidade e condições viáveis para se individualizar, crescer e desenvolver-se como pessoa. Winnicott (1983), ao falar da mãe suficientemente boa, designou o termo holding que corresponde ao amparo e à manutenção da criança, não somente física, mas também psíquica. É a tarefa materna de sustentar o filho, que além do suporte psicológico, também é um suporte físico, como a de dar colo, afagos ou a troca de fraldas etc. A mãe suficientemente boa tem a capacidade de se adaptar de forma delicada e sensível às necessidades iniciais da criança, estabelecendo uma relação com o ego dela que facilita para a mesma introjetar as suas ansiedades de forma suportável (Winnicott, 1978). No momento em que a mãe falha em sua tarefa de realizar o holding (amparo) isto é, quando a mãe não se torna “boa o suficiente”, a criança pode sentir uma grande aflição, devido à sensação de estar em um estado não integrado, a sensação de não parar de cair e a perda do sentimento do real (Winnicott, 1993). Segundo Bleichmar (1994), quando a mãe investe em seu filho narcisisticamente, através de atos como acariciar o bebê, fixar o olhar em seus olhos durante a amamentação, acomodar sua cabeça e pernas no colo, de maneira tranquilizadora, proporciona-lhe derivações na maneira de satisfazer suas necessidades social, afetiva... A criança adquire capacidade de tolerância à frustração, pois tem o registro do princípio da realidade. Quando ocorrem falhas nesse processo, a criança fica exposto a uma dor constante, ficando apenas o registro de prazer-desprazer, sem tolerância à postergação, ou seja, não suporta esperar. A amamentação é o primeiro tipo de alimentação do recém-nascido e repercute de forma múltipla na mãe, proporcionando um sentimento de proximidade com seu filho. Anda diz que a primeira forma de expressão da função materna ocorre através do leite, e vai se re-significando através de outros objetos, no decorrer de seu desenvolvimento (Jerusalinsky, 1984) A mãe sustenta para o seu filho o lugar de Outro primordial através do seu olhar, gestos e palavras. É importante também ressaltar que o apoio emocional do marido à esposa durante o período da gravidez contribui para uma melhor adaptação desta ao processo de gestação e de auxiliá-la a desenvolver sua função materna mais adequadamente (Brazelton e Cramer, 1992). Para Coppolillo (1990), o pai é um aliado de suma importância para os filhos durante a fase de separação-individuação. A inclusão do pai na relação simbiótica entre mãe-filho é fundamental para o desenvolvimento da autonomia da criança. Assim, o amparo psíquico da figura materna e paterna para com a criança é de suma importância para a constituição do eu, sendo a base principal para todos demais relacionamentos dela com o mundo externo. O sadio relacionamento mãe-bebê representa desse modo, proteção e segurança para a criança, contribuindo essencialmente para o desenvolvimento desta criança. Para fins de estudo, podemos considerar, separadamente, os conceitos de função materna e função paterna. Todos sabem que a mãe (ou a pessoa que cuida) é a pessoa por meio da qual a criança inicia seu contato físico e emocional com o mundo. Considera-se como uma boa relação mãe-bebê aquela em que a mãe possui uma mente capaz de conter os sentimentos de seu filho e, com tranquilidade, dar-lhes significado e sentido. A criança no início da vida, é acometido por terrores, medos e ansiedades. E acaba projetando-os na mãe, que, se puder ser receptiva e compreensiva, terá condições de ajudá-lo a “digerir” esses sentimentos desconhecidos, conferindo-lhes sentidos e livrando-se, assim, de seu domínio enquanto emoções tirânicas. Essa é, resumidamente, a função materna. O que se apresenta como algo aparentemente muito simples é, ao mesmo tempo, muito complexo, porque, para que a mãe consiga ser uma pessoa amorosa, ela mesma precisa ter vivenciado, em sua história pessoal, uma boa experiência afetiva com sua mãe. E, para que ela possa ser capaz de identificar, reconhecer e transformar as necessidades vitais, físicas e psicológicas de seu filho, é preciso que ela tenha tudo isso, ainda que minimamente desenvolvido, dentro de si. Bion chamou de rêverie (reverenciar) esse estado mental que a criança exige da mãe. Tal estado não se restringe somente à mãe. Qualquer pessoa que disponha dessa capacidade amorosa para ouvir, perceber e atender à necessidade manifesta pela criança passa a ser portadora desse estado de rêverie, capacidade de reverenciar-se diante da criança. O próprio pai pode ser essa pessoa. A escola também pode ser uma instituição cuja estrutura contenha elementos necessários para uma boa função materna, se for acolhedora, se puder receber e transformar os sentimentos de amor e ódio que constantemente transitam pelo ambiente escolar, assim como por todas as relações. Quero deixar claro que os limites são necessários e fundamentais em toda situação que estiver desafiando, atacando ou destruindo as relações presentes, e uma compreensão mais aguçada sobre os fenômenos emocionais que podem estar em jogo nisso tudo ampliará, certamente, o domínio exigido. A escola evoluída nesse sentido conta com as duas funções: a materna e a paterna. Ela deve acolher transformar e significar as comunicações emocionais presentes, mas deve, também, desempenhar a lei e favorecer o crescimento e a criatividade. Se em todas as diferentes situações (família, escola, Estado) só há função materna, o desenvolvimento fica limitado. Se, em contrapartida, a função paterna se apresenta com a sua necessária firmeza, porém sem afeto, temos aí uma situação igualmente parcial. O razoável seria pensarmos numa situação de integração dessas funções, contidas numa mesma atitude. E quando falo em afeto, não estou me referindo a um “envolvimento emocional”, mas, sim, a uma atitude que contenha “uma compreensão mínima dos processos emocionais” uma caminhada contínua e gradual com a criança envolvendo todo o contexto familiar. A família, “patrimônio da humanidade”, constitui um dos tesouros mais importantes dos povos latino-americanos. Ela foi e é escola da fé, palestra de valores humanos e cívicos, lar em que a vida humana nasce e é acolhida generosa e responsavelmente. (D.A. Pag. 279)


Ir. Maria Vieira Feitoza.
Psicóloga – CRP 08/06967-2
Daiane Pereira Francisco – Noviça.

Trabalho vocacional



Como são belos os pés do mensageiro, que anuncia a paz. Como são belos os pés do mensageiro, que anuncia o Senhor...

No dia 25 de Abril as irmãs da comunidade Mãe da Igreja da Cidade de Tapejara, realizaram um trabalho de visita a uma comunidade carente desta cidade. O trabalho de visita foi realizado pelas irmãs e as vocacionais acompanhadas pela congregação. Além dá ajuda das meninas alguns leigos também colaboraram com as visitas.

FUNÇÃO PATERNA


(Imã Maria Vieira Feitoza. Psicóloga – CRP 08/06967-2)

A ausência da função paterna no contexto da violência juvenil.

Quero iniciar essa colocação propondo para a nossa reflexão a seguinte frase: Que tempos são estes em que vivemos?
As mudanças sociais, culturais e religiosas ocorridas na contemporaneidade mostram uma nova postura da mulher na sua relação com o casamento, a maternidade e o homem, gerando uma nova perspectiva no exercício das funções materna e paterna. Ao se refletir sobre a função paterna, uma das principais questões que se coloca é a de tentar definir especificamente a que esta se refere. As constantes transformações ocorridas no contexto familiar, como o aumento de divórcio, recasamentos, famílias mononucleares, trazem á tona uma discussão ampla sobre a atuação do pai e sobre sua real relevância na educação dos filhos. Assistimos no nosso cotidiano a um fenômeno social e cultural que muito tem nos chamado a atenção: A desvalorização da função paterna. Marin (2002) destaca que “... o lugar da lei, da referência e da ordem tem sido preterido, a pretexto do prazer, do amor, da felicidade, do bem-estar e da criatividade. A “predominância da ideologia do amor”, tem trazido aos pais uma dificuldade de assumir o lugar da lei, de se colocar no lugar de quem frustra, e com isso permitir á criança entrar em contato com sua história dolorosa inerente a existência, o que tem dificultado com que esta possa fazer seu luto, elaborar perdas e se organizar em todas as dimensões do existir. Isto tem sido um dos elementos que temos percebido como alienadores na construção da identidade da criança / adolescente/ jovem. Araújo (2001) argumenta que, a figura paterna designa o princípio da autoridade que sustenta o” fio e a trama” das relações sociais e que esse princípio garante o funcionamento das instituições ou de quaisquer formações coletivas. Quando pensamos em função paterna, algumas tarefas básicas surgem como consenso. Cabe ao pai ser o suporte econômico e emocional da mãe, proporcionando-lhe a tranqüilidade necessária para que ela possa desempenhar seu papel. Ele deve ser aquele que se introduz na relação mãe-filho, com o objetivo de impedir que a relação fusional que os mantém unidos desde o nascimento se prolongue por muito tempo, impedindo o desenvolvimento da individualidade da criança. Ele é o terceiro que entra nesta relação mãe-filho. Por isso ele precisa agir como facilitador de separações, impulsionando o filho a seguir adiante. E a partir deste momento, ele se oferece como um elemento importante e fundamental para a identificação, que antes era um papel restrito á mãe. Agora uma tríade: Mãe-Pai-Filho. O pai é um benfeitor e protetor tem um papel semelhante ao útero; isto é, faz o limite entre o mundo interno e externo, protegendo a família e dando-lhe condições para crescer e desenvolver-se como sujeito. Contudo, quero firmar que o pai só fará parte desta dinâmica, se for introduzido pela mãe, se a mesma permitir. Para tanto é importante e necessário que o pai se predisponha a fazer parte desta relação. É primordial que ele adote afetiva e efetivamente seus filhos, pois sabemos que pais ausentes, muito autoritários ou muito distantes podem favorecer o aparecimento de problemas de personalidade nas crianças, dificuldades na socialização e interação com os companheiros. Hurstel (1999) enfatiza que, o pai é o “sustentador da lei”, do limite, ele está na posição de representá-la para a criança: ele não é a lei, não a faz, ele é o seu representante. Os pais que são modelos identificatórios para os filhos, e os líderes de uma nação podem ser internalizados ou incorporados como modelos de caráter nacional, principalmente pela juventude. Desta forma, Levisky (1997) ressalta: “o enfraquecimento da família intacta vem tendo efeitos negativos sobre os seus elos mais frágeis. Mais do que a escola, a família é a principal responsável pela transmissão social de um sentido de valores que induz os mais jovens a desenvolver suas capacidades morais e cognitivas (...) Nada substitui a presença dos pais que cooperem ativamente na criação dos filhos e valorizem o empenho escolar (...) A família é a primeira, a menor e a mais importante escola”. O exercício da função paterna é considerada como sendo um ancoradouro de valores morais e éticos na vida da criança, adolescentes e jovens, sendo assim, a palavra pai, nesse novo contexto, deixa de representar uma atitude distante e precisa ser substituída pela palavra participação. A necessidade de um guia - função paterna - estaria presente não só no psiquismo individual, mas também nos fenômenos comunitários. Esse mecanismo psíquico, individual ou comunitário, guarda uma ambivalência estrutural: queremos ser livres e queremos ser protegidos. Considero a perda do limite como uma das mais graves perdas que as crianças, adolescentes e jovens vem sofrendo, onde essas referências se tornam confusas por falta de referenciais paternos. A criatividade na infância e adolescência está intimamente ligada á noção de limite. A falta deste impede que a criança ou adolescente exercite sua capacidade de pensar, de ser criativo e espontâneo e impede ainda que o mesmo organize sua mente, pois o limite ajuda nesta organização. Faz-se necessário que ajudemos aos pais resgatarem sua competência, devolvendo-lhes o espaço que eles sempre tiveram ao longo da história na relação com seus filhos, espaço este que dava á criança a ao jovem a liberdade de criar/transgredir, porque tinha a certeza de que o seu ato teria conseqüência, o que favorece o seu espaço de criação de novas normas e regras sociais, que possibilitem grandes e importantes mudanças sociais e culturais .Ser pai é dar espaço para a fala do pequeno outro: dar espaço para que ele possa existir na sua diferença e singularidade. Diferenças e singularidades diante dele mesmo. Daí a termos a idéia de que paternidade (função paterna) tem tudo a ver com o ato da adoção!Ser pai é poder acatar a falta que sempre o outro faz sinalizar a partir dos seus atos. Ser pai, muitas vezes, significa abandonar as marcas nocivas, e prejudiciais, herdadas dos pais que cada um teve na sua história. Função paterna aponta para a possibilidade e abertura para a criação do novo. Falar de pai, ou da função paterna significa, também, falar do fato que o ser pai pode, e deve, sempre, andar de mãos dadas com o amor, a doçura, leveza, ternura e a singeleza. Paternidade é dar lugar para o feminino, sem que isso venha significar ser mulher!

Imã Maria Vieira Feitoza.

FAMÍLIA



Família: espaço sagrado da paz, e da manifestação da vida nova em Deus.

Anseios de vida nova, busca de um sentido para a própria existência, medo da morte enquanto fracasso esperança do amor que tudo renova... Tudo isso encontra sua razão de ser na ressurreição de Jesus. Ela é o dinamismo que impulsiona a vida e ação de nossas famílias, e de cada um de nós, que se comprometem com Cristo, de modo que se realize hoje a prática de Jesus de Nazaré. A ressurreição de Jesus é demonstração de como pode ser plena a vida de todos os cidadãos e famílias que se empenham em transformar nossa sociedade profundamente marcada pelas desigualdades, o que exprime uma sociedade excludente. Diante do projeto de vida e missão de Jesus, somos convocados a reavaliar nossas práticas cotidianas e verificá-las se de fato se embasam no processo de inclusão proposto por Jesus. A páscoa é a festa da inclusão por excelência. Em Jesus Cristo toda a família humana foi redimida. É nele que se planifica o dialogo de Deus com a humanidade. Pensar na família é pensar no Deus que se fez humano para nos humanizar. E neste sentido, tomar a refeição juntos é sinal de comunhão e partilha; gesto este que, evidencia uma relação vital e existencial com Jesus. Jesus vive também esse clima familiar com os seus. Contudo, deixa bem claro que, tomar a refeição juntos, significa necessariamente dar a vida sob a forma de serviço. ”onde todos são por um, e um por todos”. (Pe. Zezinho). Com efeito, celebrar a páscoa do senhor, em família, na família e com a família é poder experimentar já aqui neste mundo a vida em comunhão com a família trinitária, que se revela através da harmonia perfeita, paz em plenitude, amor pleno que une e reúne as pessoas, uma utopia possível. È no seio da família (saudável) que o ser humano aprende a ser “verdadeiramente humano”. A experiência do perdão, da partilha, da correção fraterna, do acolhimento, do amor, das alegrias e tristezas vividas em família forma o ambiente privilegiado e insubstituível para desenvolver a cultura da paz. Assim, as relações familiares, embora muitas vezes não sem dificuldades, devem contribuir eficazmente para o aprendizado da superação de problemas e conflitos, e o desenvolvimento de uma mentalidade em favor da e pela paz. Seguindo este itinerário, gostaria de enfatizar que, nas últimas décadas, tivemos a desventura de ver terríveis acontecimentos que marcaram a família no Brasil, desde simples questões de convivência até sua base conceitual transformada por uma forte crise de valores. Igualmente somos interpelados pelo Evangelho. Considerando a centralidade de nossa fé, o mundo precisa saber quais são os pilares da instituição familiar e reassumir esses pilares, se quiser, um dia, pensar em paz, justiça, fraternidade e inclusão. È sabido por todos, e não precisamos ser especialistas para constatar o vínculo entre a atual situação da família e questões ligadas á violência e falta de amor e sensibilidade pelo outro. Essa responsabilidade e co-responsabilidade são colocadas á frente de todos e todas pela campanha da fraternidade deste ano, que não deve encerrar na páscoa, mas ser uma postura de vida que possa permear a nossa vida e missão. Seguindo esta linha de pensamento quero trazer aqui o sentido da expressão Shalom. Significa: Saúde, prosperidade, bem-estar geral, físico, psíquico, espiritual e social enfim, bom relacionamento entre o ser humano e Deus. È uma condição de liberdade, vivenciada externamente como uma ausência de guerra ou de inimigos, ou internamente, equilíbrio, coerência de vida, prudência, alegria e outros. A falta de Paz destitui a pessoa de sua condição de sujeito. Por isso levantemos a bandeira da justiça e da paz tão sonhada e deseja pelo nosso amado Deus. Uma santa e abençoada páscoa para todas as famílias de nossa cidade.



Irmã Maria Vieira Feitoza
Psicóloga - CRP -08/06967-2

Pastoral do Menor - Fundação a nivel nacional




A Pastoral do Menor tem seus inícios na cidade de São Paulo, no ano de 1977 tendo como missão a “promoção e defesa da vida da criança e do adolescente empobrecido e em situação de risco, desrespeitados em seus direitos fundamentais” . A partir de 1982, com a realização das Semanas Ecumênicas em São Paulo, iniciativa da Pastoral do Menor, a organização foi ganhando força e se enraizando em outras cidades e estados brasileiros. Em 1987, com a Campanha da Fraternidade da CNBB, que trazia como tema “A Fraternidade e o Menor” e como lema “Quem acolhe o menor a mim acolhe”, essa pastoral ganhou um novo impulso. Está presente hoje em 21 Estados da Federação.

“A Pastoral do Menor se propõe, à luz do evangelho, estimular um processo que visa à sensibilização, à conscientização crítica, à organização e à mobilização da sociedade como um todo, na busca de uma resposta transformadora, global, unitária e integrada à situação da criança e do adolescente empobrecidos e em situação de risco, promovendo, nos projetos de atendimento direto, a participação das crianças e adolescentes, como protagonistas do mesmo processo.”

Na terceira Assembléia Nacional da Pastoral do Menor foi destacado como eixos fundamentais da prática: Mística - Solidariedade - Justiça - Organização.


Mística: A Mística é a força do Espírito da Vida agindo em nos, que dá entusiasmo e animo para o trabalho. É uma espécie de motor secreto do compromisso do agente com as meninas e meninos empobrecidos, que sustenta sua esperança e dá forças para continuar agindo. A Mística é o modo de ser, de pensar e de agir que faz com que o agente se sinta envolvido constantemente com uma causa que é essencial, um motivo que impulsiona a ação, a vida... A Mística da Pastoral do Menor é esse motivo escondido que responde à pergunta: "Porque faço aquilo que faço?" É através de sua mística que a Pastoral do Menor se manifesta como presença da Igreja na defesa da vida. Essa aproximação torna a presença da Graça libertadora algo concreto, histórico. É o lado divino presente no mundo da dês-graça para libertá-lo.

Solidariedade: A Solidariedade é a expressão de uma atitude de presença amiga, de serviço, de quem possui um coração que se compadece com o sofrimento das crianças e dos adolescentes, porque os sente como seus. A Solidariedade é a expressão da mística que se faz ação em favor dos excluídos. Ela é a resposta ativa da Igreja na sociedade de exclusão. A Pastoral do Menor encontra na Solidariedade a motivação mais profunda do engajamento que pauta a fé crista; é a fé concretizando em obras. Significa trabalhar também para que a sociedade reconheça que todos os seres humanos possuem direitos naturais. São trabalhos que testemunham o amor misericordioso do Pai. Na linha da Solidariedade enquadram-se as Áreas de Ação da Pastoral do Menor.

Justiça: A Justiça é a virtude que regula as relações pessoais permitindo que cada pessoa seja tratada com total dignidade e valor transcendental. Ela exige o justo ordenamento dos bens comuns na sociedade e proíbe as desigualdades humanas, especialmente em se tratando daqueles que não têm condição de se defender. A Justiça busca a igualdade para todos. Portanto, toda situação que fere os direitos e a dignidade fundamental da pessoa é injustiça, vai contra o projeto e a vontade de Deus. Ao longo de toda a história da bíblia, a justiça tem designado freqüentemente o exercício desta virtude aos juizes e tribunais (Dt 16,18). De modo particular, o rei, tem a missão de exercer a justiça no meio do povo (Pr 16, 13). Os profetas clamam contra as injustiça cometidas por reis e juizes que oprimem os pobres, lembrando que essas injustiça, constituem ofensa à própria santidade de Deus (Am 5,7- 15). No Novo Testamento, a Justiça se concretiza em dois sentidos fundamentais: seja na realização do Reino de Deus, inaugurado por Jesus, seja na atuação ética da pessoa humana conforme a vontade de Deus. Jesus é aquele que manifesta a justiça do Pai e em toda a sua vida pública. Ele é o mestre que ensina a justiça por meio de palavras e ações, e motiva a comunidade a lutar pela justiça que liberta a todos.

Organização: A Organização se expressa no conjunto das Áreas de Ação e dos Serviços, com as estruturas necessárias para seu funcionamento, sua articulação, sua sustentação e a divulgação da Pastoral do Menor. A Organização visa superar medidas puramente técnicas, assistencialistas e paternalistas, estimulando as potencialidades humanas das crianças e adolescentes, num processo formador para o exercício pleno da cidadania e dos direitos humanos.

Pastoral do Menor - Entidade criada juridicamente e acompanhada pelas Irmãs de Cristo Pastor


A Associação Assistencial e Promocional Nossa Senhora Pastora, foi criada no ano de 2002, e tem como principal objetivo tirar crianças e adolescentes das ruas oferecendo alternativas ocupacionais capazes de fazê-los sair da ociosidade em que se encontram. Na entidade, eles participam de atividades que visam o desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e artístico bem como sua inclusão social por meio de oficinas de aperfeiçoamento sendo elas: artesanato, computação, artística, esportes,recreação livre e arte educação.As ações desenvolvidas pela Associação Assistencial e Promocional Nossa Senhora Pastora vão desde o encaminhamento a rede de atendimento em defesa dos direitos da criança e do adolescente, até atividades de abordagem educativa, sendo realizada avaliação mensal por meio de relatórios de cada monitor das oficinas específicas.Sua missão é de evangelizar e prestar atendimento sociais as crianças e adolescentes, bem como de seus familiares vitimas de exclusão social, através de um processo que visa a sensibilização crítica, organização e mobilização da sociedade como um todo, criando condições para garantia dos direitos fundamentais.

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