Artigo - Irmã Maria Vieira Feitoza


            Encontro da CRB de Maringá - Reencantar a vida religiosa
Introdução
 
            O que vem primeiro: a vida ou a atividade profissional seja ela qual for (inclusive a religiosa)?
            Tudo o que fazemos é um ato segundo. Digo isso porque o ato primeiro e fundamental é a própria vida e, por causa disso, a necessidade de cuidar dela adequadamente. Conseqüentemente, quanto mais e melhor nos construímos apresenta-se a possibilidade de realizarmos com muito mais competência, sentido e finalidade nossas atividades.
            Somos seres inacabados e, por isso, precisamos caminhar em direção da nossa própria construção.
            Não vemos, por exemplo, um Beija-flor com crise de identidade ou, ainda, um João de Barro numa profunda reflexão se ele irá construir ou não a sua casinha sobre o galho da árvore. Eles não precisam ser motivados porque a vida deles se resume num belo quadro sem possibilidade de surpresas ou ainda de perguntas.

1. Reencantamos a vida religiosa quando vivemos acima da mediocridade e da indiferença:

Deveríamos alimentar certo sentimento de ódio às pessoas indiferentes. A indiferença é uma doença. Quantas e quantas vezes a indiferença toma conta de nossas vidas e inutiliza nossos sonhos? Quantas e quantas vezes nossos planos mais bem sucedidos não ficam completamente comprometidos por causa dela? A indiferença é a matéria prima que se rebela e compromete o entusiasmo e a criatividade. Amarra nossos braços e trava as nossas pernas. Emudece nossos lábios e paralisa nossos corações. Fecha nossos olhos e corrói as nossas almas. O indiferente quando olha no espelho vê o reflexo de um covarde e de um parasita.
Ele é incapaz de tomar decisões que possam alterar substancialmente sua vida e mudar sua história e, por isso, prefere passivamente que os dias se prolonguem indefinidamente.  O indiferente não é capaz de apontar o rumo norte de sua vida. Não é capaz de escolher e tomar decisões. Seu mundo é um mundo reduzido. Sua visão é uma visão comprometida. Seus sonhos são sonhados por outros. Seus desejos desejados por outros. Seus caminhos percorridos por outros. Odeio os indiferentes porque estão tomados de uma passividade descomunal que compromete e sufoca a inteligência. Pensam que a indiferença que infecta e compromete a vida seja algo natural. Como se a indiferença estivesse presente na natureza das coisas e, assim, nada absolutamente nada poderia ser feito a fim de anulá-la. Por vezes pensam que a indiferença é um produto do destino e, por isso, como não é possível manipular e alterar o destino conformam-se indefinidamente à situação. Outros alardeiam que a indiferença seja algo dado por Deus e como é impossível alterar a vontade divina se sujeitam sempre ao mesmo estado de coisas. Mas a indiferença não é algo que vem de fora e, portanto, imutável. A indiferença não tem como berço a natureza, o destino ou ainda Deus. O berço da indiferença é o coração do próprio homem e da própria mulher. E, por isso, é passível de mudança. Não é uma força que vem de fora e nos domina, mas sim uma força que vem de dentro e necessita ser dominada.
Odeio os indiferentes que ficam a espera de uma mudança que nunca acontecerá. Odeio os indiferentes que gostariam de ouvir palavras que nunca foram pronunciadas. Odeio os indiferentes que paralisados sonham que estão caminhando nos passos dos outros. Odeio os indiferentes que buscam atingir o segundo passo quando o primeiro, covardemente, ainda não foi dado. Afinal, para esses, não importa se fazem ou deixam de fazer, se sentem ou deixam de sentir, se caminham ou simplesmente permanecem parados. Não compreendem que 100 passos dados em 100 caminhos diferentes não levam a lugar algum. Vale mais dar 10 passos num só caminho que se vai mais longe.
            O medíocre contenta-se em ser o que é. Nele não há espaço para mudança. É incapaz de esforço, de exigência (aumentar a), de superação de si. Superar-se, ser bem-sucedido no que empreende, vencer as provações, inventar, criar são paixões que podemos associar à idéia de vontade de poder (um conceito de Nietzsche).
            Uma tentação muito comum é nos acomodarmos com a média, o padrão do meio, a qualidade sem excelência, o mínimo necessário. A média é também o padrão da mediocridade. E isto é assustador, para dizer o mínimo. Quantas oportunidades temos na vida para realizar algo com excelência e qualidade? A maioria das vezes falamos, agimos, expressamos, sentimos, refletimos como se a rotina tivesse nos dominado por completo e, assim, ficamos completa e absolutamente à mercê dos mesmos gestos, dos mesmos pensamentos, das mesmas ações. A escravização pela mediocridade é uma das piores formas de escravização que pode acontecer a um ser humano. Passamos a ser escravos da nossa própria apatia que nos constrange a ficar parados enquanto podíamos caminhar.
            O medíocre se contentou em ser menos quando poderia ser mais. Trocou os passos firmes e prósperos em direção ao futuro pela comodidade dos passos lentos e trêmulos. O medíocre não consegue olhar para o horizonte. Sua visão de mundo é do tamanho de si mesmo. Olha para dentro ao invés de contemplar os espaços vazios do horizonte que precisam ser preenchidos por ele mesmo. O medíocre não pensa; mas deixa que outros pensem por ele. Não sonha; permite que outros sonhem por ele. Ao assumir o padrão da mediocridade vivemos como se não pudéssemos dar saltos de qualidade e de excelência na vida.
            Aqueles que optam tão somente pela média abandonam os desejos de explorar novos espaços e surpreendentes possibilidades. É possível medir o tamanho de um ser humano pela maneira como ele vive. Basta que olhemos para a maneira como vivemos o cotidiano. E dessa forma iremos descobrir algo que muito possivelmente estava escondido em nosso interior e que tínhamos certo receio de mostrar e demonstrar para todos, ou seja, para vencermos a mediocridade: Não basta sonhar, é preciso sonhar com qualidade e excelência; Não basta pensar, é preciso pensar com qualidade e excelência; Não basta amar, é preciso amar com qualidade e excelência; Não basta trabalhar, é preciso trabalhar com qualidade e excelência; Não basta viver, é preciso viver com qualidade e excelência.

2. Reencantamos a vida religiosa quando vivemos no e com o Espírito Santo:

            Uma das imagens mais belas do Espírito Santo é aquela em que ele é mostrado como se fosse um vento. E, entre tantas possibilidades que vem à mente, o vento pode ser visto como movimento e, portanto, ação. Não há passividade no Espírito e, de forma conseqüente, todas as pessoas com as quais ele tem contato, são levadas ao movimento e à transformação. Aonde o Espírito chega a passividade diz adeus e se instala de forma absoluta o desejo de mudar.
            Maria ficou grávida porque o Espírito agiu sobre ela. A partir desse momento Maria passaria pela maior das mudanças que poderia sequer sonhar. Jamais alguém foi transformado de tal forma e magnitude quanto Maria. Até então ela se encontrava presa aos afazeres do cotidiano de qualquer mulher de seu tempo. Mas, quando Maria percebe o vento novo que sopra em sua direção e se conscientiza de que está na hora de ser e de viver como uma nova mulher.
            O transcendente toma conta de Maria. Ela está grávida não de um projeto humano, mas de um projeto que vem do alto e que é maior do que ela mesma. O maior de todos os projetos coube adequadamente no ventre de Maria. A beleza de Deus se manifesta na grandeza de seus projetos que nascem dentro de nós e que devem ser gestados para o mundo.
            A ação do Espírito em Maria fez toda a diferença. Ela nunca mais seria a mesma. Sua vida estava irremediavelmente marcada e selada pela ação do Espírito. Seu ventre havia sido separado para abrigar o poder de Deus feito criança.
            Penso na passividade que marca a muitos de nós. Geralmente reclamamos da monotonia e do cotidiano que se repete à exaustão, cansando-nos e nos levando ao desespero da depressão. Esse ciclo interminável das mesmas coisas que se repetem nos constrange a ficar parado como se não houvesse mais caminhos a trilhar.
            A mudança que alterou a rotina de Maria tem nome: Espírito Santo. Ela ficou cheia da maior de todas as forças e, por isso, desse encontro ela saiu fortalecida. Seu cotidiano não estaria mais marcado pela mesmice, mas sim pela poderosa revolução que Deus estava fazendo em sua vida. Maria era uma mulher que vivia no Espírito Santo e, por isso, sua vida estava marcada pela suavidade do vento que refresca a vida, mas que também provoca as mais fundamentais mudanças em nosso modo de ser e de viver.
            Viver no e com o Espírito Santo significa, ao contrário do que muitos pensam e gostariam, viver inserido na realidade. Talvez seja essa uma das principais funções do Espírito: lançar-nos no olho do furacão, isto é, nos inserir na realidade para que ali o projeto de Deus tenha condições de nascer. Nesse caso, a cão do espírito diz não à alienação e sim à leitura e proteção da vida.
            Nossa passividade está em relação direta com a nossa falta do Espírito. Não podemos e muito menos devemos colocar o Espírito Santo em grades. O lugar dele é dentro de nós. Podemos dizer que a maior e mais fundamental das revoluções tem início a partir do momento em que dizemos: “Vem Espírito Santo, vem habitar em minha vida”.

3. Reencantamos a vida religiosa quando construímos sentido para a vida:

            Nietzsche dizia que a perda de sentido é “a esponja que apaga o horizonte” e que o homem é um “animal enfermo de sentido”. Uma das perguntas mais emblemáticas que fazemos é justamente essa: Qual o sentido da vida? Temo que a grande maioria das pessoas não saiba como responder a essa pergunta. E, conseqüentemente, vivem a vida toda à procura de um sentido que nunca encontram. Sentido é o que nos liberta das amarras que nos aprisionam e dos medos que nos aterrorizam. Aprisionados não encontramos a própria identidade e a finalidade de vivermos, ou seja, o próprio sentido.
            Não podemos abrir mão da identidade que temos, nem da finalidade que procuramos como seres humanos. Posso afirmar que a identidade é o valor fundamental para a pessoa e a finalidade é o maior motivo que a pessoa pode ter. Se Nietzsche estiver certo ao afirmar que o homem é um animal enfermo de sentido, também é possível afirmar irretocavelmente que o que cura o ser humano enfermo é exatamente viver o sentido ou com sentido. É o encontro com o sentido que cura, fortalece e deixa acesa a razão de viver. Quando perdemos o sentido, perdemos também a paixão e nocauteamos a esperança. Mas não podemos nos esquecer de que a própria essência do ser humano não admite estar sem esperança.
            Construímos sentido para a vida (identidade e finalidade), por exemplo, quando amamos. É possível dizer que o sentido somente será eficaz quando existir o amor por alguém, quando existir uma presença a quem responder com atos e palavras de amor.  O sentido para a vida vai se tornando real à medida que nos aproximamos das outras pessoas e contribuímos para que “também elas” se encontrem nesse caminho que é igual para todos nós.

Prof. Dr. Luiz Alexandre Solano Rossi
Organizadora: Irmã Maria Vieira Feitoza, ICP.

Discurso da Superiora Geral


         Votos perpétuos das irmãs Flávia e Olinda


Excelentíssimo Dom José Maria Maimone, pai fundador, Excelentíssimo Mons. José Dantas, administrador diocesano, Reverendíssimo Pe. Adilson Guerra, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Tapejara, demais sacerdotes aqui presentes, religiosas(os), pais, parentes, amigos e comunidade, Povo de Deus de Tapejara e demais comunidades.
Peço-lhes autorização para dirigir-me no primeiro momento às duas professas.Irmãs Flávia e Olinda, para nós, irmãs de Cristo Pastor é uma imensa alegria recebê-las definitivamente em nossa família religiosa.
Durante os últimos dias que antecedeu a profissão religiosa, vocês tiveram a oportunidade de fazer deserto, aprofundando de um jeito muito afetivo o pastoreio de Deus. Vimos que Deus é o Pastor por excelência. Ele mesmo cuida e procura o rebanho, pois o povo lhe pertence, por isso, se indigna contra os maus pastores. Rezamos, também, algumas características marcantes de Jesus o Bom Pastor, que ama, acolhe, busca, doa, ampara e serve. E antes de retornar para o Pai, confia o pastoreio a Pedro e sob a direção do Espírito Santo a seus sucessores, e por meio do sacerdócio comum, a cada cristão chamado a exercer um ministério na Igreja.
De um modo especial Deus chamou vocês, para que por meio de nosso carisma, sejam, pastoras conduzindo o rebanho que é Dele, para Ele. Quero ainda recordar-lhes as palavras do Papa para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, no qual destaca que os consagrados só perseverarão na missão, se cultivarem uma profunda amizade com o Senhor, através da escuta diária da Palavra. E ainda, nos lembra que a Vida Consagrada deve ser vivida como um dom total de si a mesmo Deus, no serviço pastoral a Igreja e aos irmãos, recorda também, que viver a comunhão no amor é uma característica marcante da vida Consagrada.
E por fim, lembra o papa que a própria existência dos religiosos fala do amor de Cristo quando “O seguem com plena fidelidade ao evangelho”. O testemunho da própria vida consagrada é sinal de contradição para o mundo que segue a lógica materialista, egoísta individualista.
Assim sendo, louvamos a Deus, porque essas duas jovens Ir. Flávia e Ir. Olinda foram capazes de se deixarem seduzir e fascinar por Cristo, dispondo-se a segui-lo mais de perto. Que o sim delas, seja para nós e para a comunidade um testemunho que suscite vocações.
Finalmente peço que cada participante seja um promotor vocacional para que juntos possamos levar avante esse carisma tão bonito e desafiante que Deus concedeu as irmãs de Cristo Pastor. Que o Bom Pastor, conduza a todos nós em seus caminhos, e abençoe a toda a comunidade e de um modo especial, peço a bênção de Deus a todas as irmãs de Cristo Pastor. Amém!


Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
Para sempre seja louvado.


Ir. Solange das Graças Martinez Saraceni
Superiora Geral das Irmãs de Cristo Pastor

Ir. Flávia e Ir. Olinda realizam votos de Consagração Perpétua em Tapejara

A Congregação das Irmãs de Cristo Pastor esteve em festa, no último domingo (25), pois as Irmãs Flávia Juliana Caobianco, e Olinda de Jesus Barradas realizaram os votos de consagração perpétua à Vida Religiosa. A celebração, presidida pelo fundador da Congregação das Irmãs de Cristo Pastor, Dom José Maria Maione, SAC, contou com a presença de muitos fiéis da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Tapejara, local da cerimônia; além da presença de amigos e familiares de várias cidades da Diocese e outros Estados. Concelebraram com Dom José os Padres: Mons. José Dantas de Sousa, José Aparecido dos Santos, Adilson Aparecido Guerra, Guerino Mendonça dos Santos e Antônio Liberato Moraes. Também se fizeram presentes, irmãs religiosas de várias congregações, além das da própria Congregação. A cerimônia foi muito bem preparada, emocionando aos presentes em vários momentos, como nas biografias das irmãs Flávia e Olinda, e na entrada das alianças. Para visualizar mais fotos, clique aqui. 

Texto e fotos: Renato

Consagração Perpétua


O Testemunho Gera Vocações.


Já no Antigo testamento os profetas tinham consciência de que eram chamados a testemunhar com a sua vida aquilo que anunciavam, prontos a enfrentar mesmo a incompreensão, a rejeição, a perseguição. A tarefa que Deus lhes confiara, envolvia-os completamente, como um “fogo ardente” no coração impossível de conter, e por isso, estavam prontos a entregar ao Senhor não só a voz, mas todos os elementos da sua vida.
Acreditamos que, graças ao testemunho de muitos consagrados/as suscitaram na Igreja ao longo da história, inúmeras vocações para a Igreja de Jesus Cristo. Um aspecto importante da consagração na vida religiosa é a amizade, o diálogo e a comunhão incessante com Deus. Ele é Centralidade é a absoluta de nossa consagração. É Nele com Ele e por Ele que, a nossa vida m sentido e finalidade. È Ele quem abre novos horizontes para que, vivamos e testemunhemos os valores evangélicos que professamos. Configurar-se com Cristo casto, pobre e obediente e identificar-se com Ele: Eis o ideal da vida consagrada, testemunho do primado absoluto de Deus na vida e na história dos homens e mulheres. A própria existência dos religiosos/as fala do amor de Cristo, quando O seguem com plena fidelidade ao evangelho, e, assumem com alegria os seus critérios de discernimento e conduta. Tornam-se “sinais de contradição” para um mundo, cuja lógica é inspirada pelo materialismo, o egoísmo e o individualismo. Por conta desta certeza de que, Deus continua chamando e operando maravilhas na vida das pessoas, queremos compartilhar nossa alegria e gratidão a Deus pela consagração perpétua das Irmãs Flavia Juliana Caobianco e Olinda de Jesus Barradas a serviço do Reino de Deus que acontecerá no dia 25 de abril de 2010 em Tapejara – Diocese de Umuarama – PR. Abraçar na Radicalidade, a vida e a Missão de Jesus. Eis o sentido da  Consagração.
       Organizadora: Irmã Maria Vieira Feitoza, ICP.
 Religiosa e Psicóloga


VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA

O que professamos?
Neste momento queremos refletir e aprofundar, um pouco mais sobre nós mesmos, sobre o sentido da Vida Religiosa Consagrada para os tempos atuais. Sabemos que vivemos em um mundo onde tudo é passageiro e finito. Cada vez mais somos influenciados /as pela sociedade do descartável e das “experiências”. São vários os autores que escrevem sobre estas realidades que nos afetam, mas, de início, optei por não abordar nenhum especificamente, e sim partir das vivências concretas do cotidiano que se nos apresenta.
Quem de nós nunca se perguntou sobre o sentido e a finalidade de própria existência?  Ou ainda, Se o lugar que ocupo no mundo faz sentido para a minha existência no momento, se de fato vale a pena? Além disso, quando termina a sua jornada de trabalho e retorna para casa, resta-nos aquele sentimento de que, ainda tem algo mais a fazer!  Estas são questões essenciais inerente a todo e qualquer ser humano comprometido consegue mesmo.  È ótimo o ser humano desenvolver a capacidade de fazer perguntas a si mesmo.  São perguntas que tocam diretamente  o mais profundo de nosso  ser  existencial. Pense nisso!
Contudo, uma das questões que nos inquieta hoje, como consagrados/as é se a Vida Religiosa ainda representa alguma coisa para o mundo atual. Se aquilo que professamos com a nossa consagração é importante para o mundo. Temos uma palavra a dizer ao Mundo com o nosso testemunho?
Os votos que professamos de castidade, pobreza e obediência proclamam o nosso desejo de consagrar-nos a Ele, configurando-nos com a sua vida e Missão. Visto que a vida religiosa consagrada existe e tem sua razão de ser, por causa da Missão. E isso é compartilhado os demais  irmãos/as que professam estes mesmos valores, por meio da Vida Comunitária, dos carismas fundacionais e da Missão específica que assumimos. O que dá visibilidade a nossa consagração no mundo e na igreja. Vida e Missão de Jesus é um binômio inseparáveis de toda e qualquer consagração religiosa.
Tudo isso que professamos na verdade não é por mero heroísmo de nossa parte, mas acreditamos que a vivência da Vocação é graça e dom do Espírito Santo sobre nós. Que não nos torna pessoas diferentes ou especiais em relação às outras, mas que nos fortalece com seus dons para vivermos com dignidade e responsabilidade a Vocação que assumimos. É o Espírito Santo quem nos anima e impulsiona para vivermos a nossa consagração.
            Os três conselhos evangélicos que professamos, é um convite a radicalidade do seguimento de Jesus, uma maior unidade com Ele. Como Jesus que oferece sua própria vida para redenção de toda a humanidade, nós somos convidadas (os) para fazer da nossa vida uma oferta agradável a Deus (Ef. 5,1-2) e assim estaremos anunciando o Reino de Deus no serviço a toda humanidade, como imitação mais completa de Cristo.
 Por isso podemos afirmar que: o que professamos na Vida Religiosa Consagrada é de suma importância para o mundo, sempre foi e sempre será. Pois a mensagem de Jesus Cristo nunca se esvazia e nem perde o seu sentido e eficácia, ela penetra em nossas vidas e nossos corações e faz brotar uma nova vida. A Vida Consagrada é o convite a imitar Cristo mais de perto, porque é toda “conselho”, vivida na Igreja, Corpo de Cristo; ela é comunhão de espírito, de fraterna caridade, de dedicação aos outros na oração e nas obras.
                                                                               
     Ir. Mazilde Fatima Bertolin
Referencias Bibliográficas:
 1- Benedetto Thereza Rosa Profa.  PUCRS. Site: revistaseletronicas. Pucrs. BR - Vida Consagrada dos Institutos Religiosos Doutrina e Igreja: pesquisado em 07/04/2010, no Site: http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=3366
2- Grings, Dadeus – Dialética da Vida Consagrada, Ed. Santuário, 1994. Aparecida SP.

Escola Missionária da Juventude.

A juventude como vai? Onde estão eles/as?
Momentos para crescer, aprender, sonhar e participar... Eis os desafios que se nos apresenta! Diante destes e outros interrogantes a igreja está preocupada e vem se ocupando com a juventude, pois é sabido por todos e é notório que muito dos impactos negativos desta mudança tecnológica, social e cultural afeta também e de forma incisiva a juventude no contexto atual. Gostaria de compartilhar com vocês a feliz  iniciativa do setor juventude da arquidiocese de Maringá, de constituir escolas missionárias a fim de que, sustentadas  pelo conhecimento  e estudo de diversos temas pertinentes a juventude, dando enfoque a  espiritualidade cristã, desenvolvam iniciativas de evangelização da juventude  nas comunidades, pastorais, movimentos e serviços. A escola está focada em seis etapas com os seguintes blocos temáticos: Fenomenologia da Juventude; a juventude na sagrada escritura; juventude e práticas de cidadania; processo de educação na fé da juventude; metodologia do trabalho com jovens e a missão no horizonte da juventude. Dentre os assessores a Irmã Maria Vieira feitoza abordou o bloco que se trata da Metodologia do trabalho com jovens.  Estou convencida de que a ação evangelizadora não pode e não deve se ajustar apenas na boa vontade, se faz necessário estudo, aprofundamento, coragem e determinação para crescer na conversão pessoal e comunitária. E para isso, carece de uma metodologia adequada e coerente com os valores evangélicos contextualizada na evangelização da juventude. Portanto, a finalidade desta (quarta etapa) refere-se aos métodos processo e passos concretos que devem ser dados para o desenvolvimento e a eficácia do trabalho com a juventude. A palavra urgência entrou também no receituário eclesial. Dada essa realidade é urgente nos desinstalarmos de uma pastoral de conservação para uma ação evangelizadora sinalizada e sustentada pela missionariedade. O Discípulo deve se tornar missionário. Por último, destaco a importância de se aproximar afetivamente e efetivamente da juventude, para igualmente nos situarmos e rever nossa ação evangelizadora com a juventude, somar forças, crescermos e aprendermos com eles/as. Agradeço a coordenação do setor juventude da arquidiocese de Maringá pelo convite feito a mim e pela credibilidade no trabalho e presença da vida religiosa consagrada junto a essa juventude maravilhosa e comprometida com a Causa do Reino.

Irmã Maria Vieira Feitoza, ICP.
                                                          Religiosa a Psicóloga.



DIA 25 DE ABRIL DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES - IV DOMINGO DE PÁSCOA – DOMINGO DO «BOM PASTOR»

O Bom Pastor! Esta figura bíblica tem origem na observação e na experiência. Durante longo tempo, Israel foi um povo de pastores e a tradição da época dos patriarcas e das gerações sucessivas encontra correspondência nos textos do Antigo Testamento. O pastor, aquele que vigilante guarda o rebanho e o conduz às pastagens férteis, tornou-se a imagem do homem que guia e está à frente de uma nação, sempre solícito por aquilo que lhe diz respeito. Assim no Antigo Testamento é representado o pastor de Israel. 
Na Sua pregação, Jesus liga-se a esta imagem, mas introduz um elemento inteiramente novo: pastor é aquele que dá a vida pelas suas ovelhas (cf. Jo 10, 11-18). Ele atribui esta característica ao bom pastor, distinguindo-o de quem, ao contrário, é mercenário e portanto não cuida do próprio rebanho. Antes, apresenta-Se a Si mesmo como o protótipo do bom pastor, capaz de dar a vida pelo seu rebanho. O Pai enviou-O ao mundo para que fosse o pastor não só de Israel, mas da humanidade inteira. 
É de modo especial na Eucaristia que se torna sacramentalmente presente a obra do Bom Pastor, o qual, depois de ter anunciado a «boa nova» do Reino, ofereceu em sacrifício a própria vida pelas ovelhas. A Eucaristia é, de fato, o sacramento da morte e ressurreição do Senhor, do Seu supremo ato redentor. É o sacramento em que o Bom Pastor torna constantemente presente o Seu amor oblativo por todos os homens.(João Paulo II).


Durante todo o mês de Abril as Comunidades Eclesiais de Base da Paróquia Jesus Bom Pastor, estará recebendo a visita do Bom Pastor, em preparação a celebração do 4º Domingo da Páscoa, também chamado de Domingo do Bom Pastor - Dia de orações pelas vocações sacerdotais e religiosas. E nós Irmãs de Cristo Pastor fazemos está caminhada junto à comunidade animando e celebrando por ser está uma celebração importante tanto para a Igreja Universal como para nós que temos como Carisma a missão de “Manifestar o Amor de Cristo Pastor”.

MEDITEMOS COM MARIA O MISTÉRIO DA NOSSA CONSAGRAÇÃO

Deus escolheu-nos eternamente no seu amado Filho, Redentor do mundo. A nossa vocação à graça da adopção como filhos de Deus é algo que corresponde afinal à eterna verdade deste estar « escondidos com Cristo em Deus ». Esta vocação realiza-se no tempo, para todos os cristãos, por meio do Batismo, que nos sepulta à semelhança da morte de Cristo. Por este Sacramento principia também para nós o « estar escondidos com Cristo em Deus »; e este fato inscreve-se na história de uma pessoa determinada que recebeu o Batismo. Participando sacramentalmente na morte redentora de Cristo, fomos também unidos a Ele na sua ressurreição (cf. Rom 6, 5). Começamos a compartilhar essa « vida nova », de uma novidade absoluta (cf. Rom 6, 4), iniciada por Cristo — precisamente mediante a ressurreição — na história humana. Esta « novidade de vida » significa em primeiro lugar a libertação da herança do pecado, da escravidão do pecado (cf. Rom 6, 1-11).
Ao mesmo tempo — e sobretudo — ela significa a « consagração na verdade » (cf. Jo 17, 17), na qual se descobre plenamente a perspectiva da união com Deus, da vida em Deus. E assim, a nossa vida humana « está escondida com Cristo em Deus » de modo sacramental e conjuntamente real. Ao Sacramento corresponde a realidade viva da graça santificante, que impregna a nossa vida humana mediante a participação na vida trinitária de Deus.
As palavras de São Paulo, em particular as contidas na Carta aos Romanos, indicam que toda esta « novidade de vida », que é participada em primeiro lugar mediante o Batismo, encerra em si o princípio de todas as vocações que, no desenrolar-se da vida de um cristão ou de uma cristã, lhes demandarão que façam uma sua escolha e uma decisão consciente na Igreja. Em cada uma das vocações das pessoas batizadas, de facto, reflecte-se um aspecto daquela « consagração na verdade », que Cristo realizou pela sua morte e ressurreição e encerrou no seu Mistério pascal: « Por eles eu consagro-me a mim mesmo, para eles serem também consagrados na verdade » (Jo 17, 19).
A vocação de uma pessoa humana para consagrar a sua vida toda situa-se numa relação especial com a consagração do próprio Cristo pelos homens. Ela germina sempre da raiz sacramental do Batismo, que encerra em si a primeira e fundamental consagração da pessoa humana a Deus. A consagração mediante a profissão dos conselhos evangélicos — ou seja, mediante os votos ou as promessas — é um desenvolvimento orgânico daquele princípio que é o Batismo. Na consagração está contida a escolha amadurecida que se faz do próprio Deus, a resposta esponsal ao amor de Cristo. Quando nos doamos a nós mesmos a Ele de modo total e indiviso, desejamos « segui-1'O », tomando a decisão de observar a castidade, a pobreza e a obediência no espírito dos conselhos evangélicos. Desejamos ser o mais semelhantes possível a Cristo, conformando a nossa própria vida segundo o espírito das bem-aventuranças do Sermão da Montanha. Mas sobretudo, desejamos possuir a caridade, que permeia todos os elementos da vida consagrada e os une como um verdadeiro « vínculo de perfeição (cf. Col 3, 14). (Cf. Conc. Ecum. Vaticano II, Const. dogm. sobre a Igreja Lumen Gentium, n. 44; Decr. sobre a renovação da vida religiosa Perfectae Caritatis, nn. 1; 6; C.I.C. can. 573 S 1; 607 3 1; 710).
Tudo isto está contido no significado daquela palavra de São Paulo « morrer », o que se inicia sacramentalmente no Batismo: um morrer com Cristo, que nos torna participantes dos frutos da sua ressurreição, à semelhança do grão de trigo que, caindo na terra, « morre » em vista de uma vida nova (cf. Jo 12, 24). A consagração de uma pessoa pelos vínculos sagrados, é que determina uma tal « novidade de vida », que poderá realizar-se somente sobre a base do « esconder-se » em Cristo de tudo o que constitui a nossa vida humana: a nossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Se a consagração de uma pessoa pode ser comparada, sob o ponto de vista humano, com o « perder a vida », no entanto ela constitui ao mesmo tempo o caminho mais direto para « a reencontrar ». Cristo, efetivamente, diz: « Quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, achá-la-á » (Mt 10, 39). Estas palavras são a expressão, certamente, do carácter radical do Evangelho. Ao mesmo tempo, porém, é difícil não vislumbrar quanto elas se referem ao homem, quão singular é a sua dimensão antropológica. O que é que existe de mais fundamental para um ser humano — homem ou mulher — do que isto precisamente: o encontro de si mesmo, o encontro de si mesmo em Cristo, uma vez que Cristo é « a plenitude » (cf. Col 2, 9)?
Estas reflexões, centradas no tema da consagração da pessoa mediante a profissão dos conselhos evangélicos, levam-nos a permanecer constantemente no âmbito do Mistério pascal. Com Maria Santíssima, procuremos ser participantes daquela morte que deu frutos de « vida nova », na ressurreição: essa morte na Cruz foi algo infamante e foi a morte do seu próprio Filho! Mas exatamente aí, aos pés da Cruz, « junto da qual esteve, não sem desígnio de Deus » (Conc. Ecum. Vaticano II, Const. dogm. sobre a Igreja Lumen Gentium, n. 58) não compreendeu porventura Maria Santíssima, de uma maneira nova, tudo aquilo que já tinha ouvido no dia da Anunciação? Precisamente aí, e precisamente mediante a « espada que trespassou a sua alma » (cf. Lc 2, 35), mediante a incomparável « kenose da fé » (Carta Enc. Redemptoris Mater (25 de Março de 1987), n. 18: AAS 79 (1987), p. 383), acaso não entreviu Maria cabalmente a plena verdade sobre a sua maternidade?
Exatamente aí, não se identificou Ela de maneira definitiva com tal verdade « achando a alma » que, na experiência do Gólgota, teve de perder do modo mais doloroso que podia haver, por causa de Cristo e por causa do Evangelho?
E precisamente neste « encontro » pleno da verdade quanto à maternidade divina, que se tornou a « parte » de herança de Maria desde o momento da Anunciação, é que se inscrevem as palavras de Cristo proferidas do alto da Cruz, as quais indicam o Apóstolo João, designam um homem: « Eis o teu filho » (cf. Jo 19, 26).
Amados Irmãos e Irmãs: retornemos constantemente, pela nossa vocação e pela nossa pro-fissão, ao mais profundo do Mistério pascal! Apresentemos-nos junto da Cruz de Cristo, ao lado da sua Mãe! E aprendamos dela o que é a nossa vocação. Não foi o próprio Cristo, porventura, que disse: « Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é para mim irmão, irmã e mãe » (Mt 12, 50)?


CARTA APOSTÓLICA LITTERAE ENCYCLICAE DO SUMO PONTÍFICE
JOÃO PAULO II 

 A TODAS AS PESSOAS CONSAGRADAS
DAS COMUNIDADES RELIGIOSAS
E DOS INSTITUTOS SECULARES
POR OCASIÃO DO ANO MARIANO

SOLIDARIEDADE DA CNBB AO PAPA BENTO XVI

O povo católico de todo o mundo acompanha, com profunda dor no coração, as denúncias de inúmeros casos de abuso sexual de crianças e adolescentes praticado por pessoas ligadas à Igreja, particularmente padres e religiosos. A imprensa tem noticiado com insistência incomum, casos acontecidos nos Estados Unidos, na Alemanha, na Irlanda, e também no Brasil.

Sem temer a verdade, o Papa Bento XVI não só reconheceu publicamente esses graves erros de membros da Igreja, como também pediu perdão por eles. Disso nos dá testemunho a carta pastoral que o Santo Padre enviou aos católicos da Irlanda e que pode se estender aos católicos de todo o mundo.

Mais do que isso, Bento XVI não receou manifestar seu constrangimento e vergonha diante desses atos que macularam a própria Igreja. Firme, o Papa condenou a atitude dos que conduziram tais casos de maneira inadequada e, com determinação, afirmou que os envolvidos devem ser julgados pelos tribunais de justiça. Não faltou ao Papa, também, mostrar a todos o horizonte da misericórdia de Deus, a única capaz de ajudar a pessoa humana a superar seus traumas e fracassos.

Às vítimas o Papa expressou ter consciência do mal irreparável a que foram submetidas. Disse Bento XVI: “Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade. É compreensível que vos seja difícil perdoar ou reconciliar-vos com a Igreja. Em seu nome expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos sentimos”.

Essa coragem do Sucessor de Pedro nos coloca a todos em estado de alerta. Meditamos sobre esses atos objetivamente graves, e estamos certos de que – como fez o Papa – devem ser enfrentados com absoluta firmeza e coragem.

É de se lamentar, no entanto, que a divulgação de notícias relativas a esses crimes injustificáveis se transforme numa campanha difamatória contra a Igreja Católica e contra o Papa. Deixam-nos particularmente perplexos os ataques freqüentes e sistemáticos, ao Papa Bento XVI, como se o então Cardeal Ratzinger tivesse sido descuidado diante dessa prática abominável ou com ela conivente. No entanto, uma análise objetiva dos fatos e depoimentos dos próprios envolvidos nos escândalos revela a fragilidade dessas acusações.

O Papa, ao reconhecer publicamente os erros de membros da Igreja e ao pedir perdão por esta prática, não merecia esse tratamento, que fere, também, grande parte do povo brasileiro, que sofre com esses momentos difíceis, e reza pelas vítimas e seus familiares, pelos culpados, mas também pelas dezenas de milhares de sacerdotes que, no mundo todo, procuram honrar sua vocação.

De fato, “a imensa maioria de nossos sacerdotes não está envolvida nesta problemática gravemente condenável. Provavelmente, não chegam a 1% os envolvidos. Ao contrário, os demais 99% de nossos sacerdotes, de modo geral, são homens de Deus, dignos, honestos e incansáveis na doação de todas as suas energias ao seu ministério, à evangelização, em favor do povo, especialmente a serviço dos pobres e dos marginalizados, dos excluídos e dos injustiçados, dos desesperados e sofridos de todo tipo” (cf. Cardeal Cláudio Hummes, 12ºENP).

No momento em que a Igreja Católica e a própria pessoa do Santo Padre sofrem duros e injustos ataques, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manifesta sua mais profunda união com o Papa Bento XVI e sua plena adesão e total fidelidade ao Sucessor de Pedro.

A Páscoa de Cristo, que celebramos nesta semana, nos leva a afirmar com o apóstolo Paulo: “Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados” (2Cor 4,8-9). Nossa fé nos garante a certeza da vitória da luz sobre as trevas; do bem sobre o mal; da vida sobre a morte.

Brasília, 31 de março de 2010

Dom Geraldo Lyrio Rocha – Presidente da CNBB e arcebispo de Mariana

Dom Luiz Soares Vieira – Vice-presidente da CNBB e arcebispo de Manaus

Dom Dimas Lara Barbosa – Secretário Geral da CNBB e bispo auxiliar do Rio de Janeiro

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