Álbum das Irmãs de Cristo Pastor

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Paixão pelo Reino e Opção pelos pobres

Irmã Maria Vieira Feitoza.
Organizadora
Papa pede compromisso com a pastoral vocacional da vida consagrada.
Esta “nunca poderá faltar nem morrer na Igreja”, diz a bispos brasileiros. Roma, 05/11/2010.
Segundo Bento XVI, assim entendida, “a formação já não é apenas um tempo pedagógico de preparação para os votos, mas representa um modo teológico de pensar a própria vida consagradas, que em si mesma é uma formação jamais terminada...”.

Encarnação e Seguimento
A Expressão “de olhos fixos em Jesus” no relato da apresentação de Jesus na sinagoga de Nazaré (Lc 4,16-30,) mais do que uma constatação é uma provocação. Todos na sinagoga olhavam-no, atentos.(Cf. V. 20), quando, “então, começou a dizer-lhes:” Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabaste de ouvir”(V.21) E  o que Ouviram? Hoje  a VRC fascina os/as jovens pelo encanto, a paixão pelo seguimento na sua Radicalidade, olhar atento para Jesus?  As jovens que batem em nossas portas ao longo processo  formativo se apaixonam pelo seguimento na sua radicalidade ?ou  pelo que fazemos? A missão decorre da paixão pelo Reino, pela consagração . Dito isto, para  onde estão direcionados nossos olhares neste momento como VRC?
Mas, então, o que a VRC tem a oferecer à Igreja e á sociedade? Apenas escolas de qualidade? Paróquias bem organizadas? Trabalho social qualificado? Obras a serviço da manutenção da estrutura eclesial e social?Missionários Ad gentes bem preparados? Obras Sociais que superem a incapacidade dos poderes públicos? A VRC poderá oferecer muitas coisas úteis para a sociedade. Mas, que significa levar a sociedade à mensagem do Reino tal como ele é sem justificativas, ambigüidades em coerência com a proposta do seguimento na Radicalidade. ? A VRC é convocada a seguir Jesus de Nazaré. A VRC é um DOM para se tornar visível. Mas que tipo de visibilidade?
Olhar para Jesus provoca, convoca, exige descer do muro e fazer opção. A reação dos primeiros ouvintes foi surpreendente: “Ao ouvirem estas palavras, na sinagoga, todos ficaram furiosos”. Levantaram-se e o expulsaram da cidade [...] ( V. 28-29). Mas, esse movimento livre e firme de Jesus torna-se um paradigma da VRC chamada a ir atrás deste Jesus que teve sua mensagem rejeitada, foi expulso da sinagoga com violência, mas “Prosseguiu seu caminho” (v. 30).


Aspectos fundamentais do seguimento para a VRC:

*   Com Jesus, o Reino de Deus entrou em ação (Mt 4,17)

 Jesus dedicou sua vida em função do Reino consagrado pelo Pai no Espírito. Não existe Jesus sem Reino. Evangelho e Reino de Deus coincidem (Mt 4,23; 9,35; Lc 8,1) A pessoa de Jesus, as obras, as palavras, o estilo de vida, sua postura traduzem o Evangelho do Reino. Ele não fala de Deus em si, mas da sua relação com a humanidade. Reino e vida estão vinculados por uma mesma paixão. Jesus um apaixonado pelo Reino e pela vida. O Reino é uma realidade dinâmica, relacional, uma ação. O final do relato de Lucas é ilustrativo: A realidade do Reino provoca entusiasmo em alguns e rejeição total em outros. (Cf. v. 28-30) È Boa-Notícia para uns e ameaçapara outros. A paixão pelo Reino nos remete ao Mistério Pascal. È uma paixão com lucidez. Jesus vai até o fim e não deixa dúvidas de mostrar de que lado Deus está.
 
* “[...] Ele me ungiu, para anunciar a Boa-Nova aos pobres [...]” (Lc 4,18).

No anúncio do programa de Jesus na sinagoga, o Reino de Deus e os pobres aparecem como duas realidades vinculantes, pois deles é o Reino (Mt 5, 1-12;  Mc 10,21-25; Lc 6,20). Deus é o Deus do Reino e é o Deus que, ao estabelecer o Reino, porá fim aos sofrimentos dos pobres e á falsa satisfação dos ricos. O Reino inspira uma nova orientação para os rumos da história. Tudo passa a ser reinterpretado e vivido á luz do Reino, em que a práxis se rege pelo que o pobre reclama, pelo clamor dos aflitos. Se é certo que a mensagem do Reino é central no evangelho, também é certa a centralidade do confronto: Reino, opção pelos pobres e conflito estão inter-relacionados.

“O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu” (Lc 4,18).

Ao entregar sua vida em função do Reino consagrado pelo Pai no espírito, Jesus interpreta suas ações a favor dos pobres como atuação do Espírito de Deus que mostra a irrupção do Reino na história. A Paixão pelo Reino é caminhada e é graça. Sem este espírito que vem do Pai e do Filho não há como manter a paixão pelo Reino e a fidelidade á convocação de Jesus. Prática sem Espírito nos acovarda, esvazia o sentido pleno do Evangelho, confunde as decisões, obscurece os objetivos. Por outro lado, Espírito sem prática do Reino gera uma vida consagrada sem paixão, sem compromisso, e distante do ideal evangélico. È o Espírito que dinamiza a vida cristã. (Gl 5,25) Jesus revela de forma plena o Reinocentrismo do Pai.

*  É preciso  manter os olhos fixos em Jesus.

A VRC viveu nas últimas décadas momentos de grande vitalidade e paixão missionária pelo Reino. Religiosos/as se somaram á “nuvem de testemunhas” do evangelho (Hb 12,1) Hoje, porém, salvo exceções, se percebe que o compromisso perdeu dinamismo e intensidade. A pergunta que São Paulo dirigiu aos gálatas pode servir para nós: ”corríeis tão bem! Quem vos pôs obstáculos para não obedecerdes á verdade?” (Gl 5,7). A VRC não deveria ter continuado “na mesma direção”A meta faz parte da identidade da VRC. Será que a VRC não estaria cedendo ao monopólio do pensamento conservador e se acomodando a um discurso que a incapacita para entender o Evangelho? O fato é que sempre que os cristãos se afastaram do Evangelho acabaram gerando crises na credibilidade da Igreja. A paixão pelo Reino nasce e se alimenta da força daquele Espírito que envolveu a pessoa de Jesus e o consagrou. As comunidades religiosas deveriam se parecer como um lugar atraente da presença do Espírito e um sinal do amor de Deus para o mundo. (1ª Cor 12,11) (Fl 3,16)? Para onde o olhar foi se desviando? Não faz sentido e não tem razão de existir uma VRC que tem medo de se aproximar da meta e da causa de Jesus.
Deixar os pobres em segundo plano empobrece profundamente a VRC. Como a VRC participa das lutas dos pobres? Até que ponto a formação leva as nossas jovens a esse compromisso com a causa do Pobre? Deus os toma em sua defesa e os ama. Na verdade não existe autêntica VRC deixando os pobres em segundo plano. Afinal, quem são os pobres para a VRC hoje? A que tipo de coisas a VRC está resignada e o que a torna inofensiva aos poderes vigentes? Para onde estão direcionadas suas principais forças intelectuais, sociais, econômicas? Diante desta civilização da riqueza e do individualismo, a VRC aposta numa civilização da austeridade, da simplicidade?
É fundamental que a VRC mantenha o foco naquilo que realmente importa, para que as energias não sejam desperdiçadas em investimentos estranhos ao evangelho, em práticas opostas á sua natureza profética, e que, portanto, não são Evangelho, Boa Notícia para os pobres. Tal Radicalidade se manifesta na exigência de não olhar para trás (cf. Lc 9,62), rompendo com a lógica caduca e irracional que orienta os poderes deste mundo. Para isso é preciso ter convicção firme e fé inabalável no Reino. Caso contrário, a VRC continuará patinando em declarações de intenções que não representa avanços no compromisso com os pobres, e o de “olhos fixos em Jesus” será um lema a mais para os arquivos. Desviar o olhar do Reino tal como proclamado por Jesus teria como conseqüência não só a instalação definitiva do estilo light (Medíocre?) no seio da VRC, como também a perda de sua identidade originária, dado que a mesma tem por regra suprema o seguimento de Jesus Cristo proposto no Evangelho. Se a VRC se entende a partir do seguimento de Jesus focado no Evangelho do Reino, aquilo que prejudica, desvia ou perturba a fidelidade ao Reino e o amor aos pobres não deveria ser relativizado ou mesmo descartado?

E por último, Jesus pôs em movimento uma prática diferente porque era diferente. A prática de Jesus deveria impactar diretamente na VRC: As relações, a organização comunitária, as opções apostólicas etc. Qual é o Diferencial que a VRC é convocada a manifestar ao mundo hoje? Ser fiel é ser diferente e fazer diferente hoje como Jesus fez no seu tempo. Assim, o cartão de apresentação da VRC poderá se assemelhar um pouquinho mais ao de Jesus.






NOSSOS SANTOS


        Os santos vivem o sonho de Deus a respeito de toda a humanidade. Fomos criados para ser santos, imaculados, irrepreensíveis no amor. Nos santos a graça é vitoriosa e o pecado é derrotado. Neles acontece a vivência do evangelho. Eles são o evangelho vivo. Santidade é seguimento de Jesus.
         Os santos não gostam de falar de si mesmos. Eles estão focados e envolvidos por Deus, pela graça. Colocam Deus e os irmãos em primeiro lugar. Todos os santos vivem o primeiro mandamento. Eles foram divinizados, purificados, transformados, santificados pela graça.
        O foco, o centro, o núcleo da vida dos santos é a experiência de Deus, a adoração, a mística e a fé inabalável. Eles nos arrastam para Deus. Tudo o que admiramos nos santos é fruto da graça divina, é vitória da fé. Nenhum santo atrai as pessoas para si, mas, para o amor de Deus.
Antes de tudo, os santos sentem-se pecadores e fazem penitências, sacrifícios, reparações pelos seus pecados. Eles não se colocam acima dos outros. Pelo contrário, os santos manifestam grande compreensão, misericórdia e bondade para com os pecadores. Eles abominam o pecado e abraçam o pecador.
Os santos são admiráveis no amor fraterno. Eles sabem perdoar, compreender, ajudar, promover e servir os outros. Os pobres, os pequenos, os sofredores, são seus prediletos. Amam o próximo de todo coração, com gestos concretos e em verdade. Eles vivem a fraternidade em profundidade.
Na verdade os santos movem o mundo. Eles fascinam os povos e nações porque fazem e realizam o que todos nós sonhamos e desejamos ser e fazer. Eles alcançam aquele ideal que nós gostaríamos de alcançar. Os santos são muito humanos, sua santificação e santidade os transformam em pessoas de bom coração, solidariedade, paciência, compaixão.
Nossa primeira atitude diante dos santos é aprender com eles a amar a Deus e o próximo, segui-los no caminho da fé, da conversão, do sacrifício e da verdadeira alegria. Antes de pedirmos sua proteção e ajuda, precisamos imitá-los e alcançar a nossa santificação. Como nós devemos ser? Os santos mostram o caminho e os meios.
Os santos comprovam que a oração, a Palavra de Deus, os sacramentos especialmente a Eucaristia, Maria e a cruz são grandes meios de santificação. Para eles as provações e as humilhações são graças, bênçãos e favores divinos. Fazem a experiência do seu nada,esvaziam-se de si mesmos e se tornam repletos da graça de Deus.
Os santos são exigentes consigo e compreensivos com os outros. São testemunhas de grandes sofrimentos e grandes alegrias. Eles têm os pés na terra, o coração nos irmãos e os olhos fitos no céu. O santo vive de esperança e confia na glória da vida eterna. O céu e a esperança na visão de Deus são o segredo de sua vida.
Possa os santos atrair-nos para Cristo Jesus, animar-nos no caminho do evangelho, ajudar-nos a servir os irmãos de todo coração.
Todos os santos e santas, rogai por nós. A maior tristeza que nos invade e a de não sermos santos, mas, nossa maior alegria e a santidade.
Os santos refletem a beleza de Deus e alcançam o ideal do verdadeiro humanismo. Quanto mais santo é alguém, tanto mais humano. Quem deseja ser melhor do que é e para isso se esforça, está no caminho da santidade. Ser santo não é ser perfeito, mas, lutar constantemente contra o mal e incansavelmente recomeçar. Os santos são rígidos consigo mesmos e contra o pecado, mas, profundamente misericordiosos com os pecadores. Tão próxima de nós está à santidade a tal ponto que o fogão, a vassoura, o bisturi, o trator, o volante são altares de santificação. Louvemos a Deus santo e amemos a Igreja santa cujo pecado nunca a destruirá. Quanta alegria na santidade.  

Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina

Juventude em marcha, contra a violência

Quando falamos sobre a juventude, em um contexto eclesial nos deparamos com uma realidade desafiadora e complexa. Os bispos reunidos com o Papa Bento XVI na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe em Aparecida em maio de 2007, destacaram a importante contribuição que o jovem oferece a Igreja e a sociedade pela sua sensibilidade e generosidade. Mas também não esconderam por sua vez a preocupação da Igreja com inumeráveis jovens de nosso continente que passam por situações que os afetam profundamente: a pobreza, educação de baixa qualidade, suicídio, globalização entre outros. Tornando-os presas fáceis diante de tantas propostas religiosas. (DA 444 – 445).
Vivemos em um tempo de profundas e rápidas mudanças, que nos marcam de diversas formas, inclusive nossos jovens. Vivemos hoje diante da cultura da competição, da performance, da simulação, do imediatismo e da exclusão fazendo com que muitos jovens sejam afetados pelo narcotráfico, pelo alcoolismo, pela preocupação exacerbada com a aparência e pela prostituição que lhes rouba a melhor fase de suas vidas. “Nessa fase contemporânea, a juventude transforma-se em ‘marca’ criada pela mídia, impondo-lhe um estilo de vida, de consumo, como padrão para outras idades. Crianças são atraídas para serem jovens, enquanto adultos permanecem tentados a assumir de maneira desajeitada”. (LIBÂNIO, 2004, p. 38). Tais realidades têm levados nossos jovens a criar uma realidade fantasiosa da própria vida, lutando para alcançar um “padrão” pré-estabelecido que os façam sentir pertencente a um determinado “grupo”. Gerando em muitos uma crise de sentido, uma vazio existencial uma “ausência” de Deus.
            Porém dentro de toda esta realidade “Deus não foi embora o sagrado permanece rico e sólido, no contexto pós-moderno” (José J. Queiros). Frente a essa realidade, a religião quer e contínua, sendo um caminho que nos proporciona vivências profundas e marcantes, que nos ligam e religam com a vida e sua sacralidade e nos humaniza. Do encontro pessoal com Jesus Cristo descobrimos o sentido ultimo de nossa existência, caminhando junto D’ele nosso coração vai se aquecendo dissipando as nossas cegueiras.

            Por isso é queremos celebrar o Dia Nacional da Juventude, recordando-nos de tantos jovens que marcaram a caminhada da PJ na Diocese de Umuarama e no Brasil. Jovens que nutriram e nutrem o sonho de uma sociedade mais justa e fraterna. Jovens que não se esqueceram que nosso Deus é o Deus da vida e por isso carregam consigo a bandeira da paz e no olhar a esperança de dias melhores. Que no dia 24 possamos em uma única voz gritar aos quatro cantos do universo, CHEGA DE VIOLÊNCIA E EXTERMÍNIO DE JUVENTUDE! Celebremos a vida. 

Deixo aqui meu carinho e admiração a toda juventude que luta e sonha e que não perde mesmo em meio de tantas situações de morte a alegria de celebrar nosso dia.Encerro recordando o belíssimo canto de Jorge Trevisol: "O rosto de Deus é jovem também. E o sonho mais lindo é ele quem tem. Deus não envelhece, tampouco morreu. Continua vivo no povo que é seu. Se a juventude viesse a faltar o rosto de Deus iria mudar”.

Irmã Daiane Pereira-Irmãs de Cristo Pastor.

De Olhos fixos em Jesus (Hb 12, 1-4).


Avance! Com olhos fixos em Jesus...

Gostaria apenas de realçar sucintamente alguns pontos importantes que foram apresentados na Assembléia da CRB do Estado do Paraná realizada nos dias 20-23 de setembro em Curitiba. Fizeram se presentes superiores maiores, provinciais, convidados especiais e coordenadores e coordenadoras dos núcleos que integram a Regional do Estado do Paraná.  A pauta da Assembléia foi marcada pelas partilhas no âmbito da formação inicial e permanente, prestação de contas da CRB (economato). A vida e a caminhada dos núcleos e outros informes sobre a caminhada da vida religiosa consagrada que marcam este estado.  Pois bem, apresentado este cenário, tivemos uma breve exposição feita pela Irmã Marían, presidente da CRB Nacional, onde a mesma enfocou resumidamente dizendo-nos que a trajetória da assembléia nacional se deu através de três eixos emblemáticos que nortearão nossa caminhada nesta triênio.2011-2014.   Farei apenas referência acerca deles: 1-     Elementos que traçam a IDENTIDADE de Jesus Cristo e da vida religiosa consagrada. 2-     Elementos que ralçam as RELAÇÔES próprias de uma proposta alternativa de vida. 3-     Elementos que indicam a PAIXÂO PELO REINO...Hb 12,1-4 Foram essas as reflexões rápidas que permearam a nossa assembléia. Cabe agora as congregações e aos núcleos estudar mais profundamente cada um desses eixos temáticos. Um outro fator relevante é a convivência, partilha e o clima fraterno intercongregacional, é uma experiência prazerosa. Acredito que as nossas diferenças nos enriquecem e nos anima, pois o REINO de DEUS é o fundamento e origem de nossos carismas fundacionais.  E por último quero registrar a presentes de nossa congregação: Irmã Solange Martinez - superiora geral da congregação. Irmã Mazilde Fátima Bertolin - representando o Núcleo da CRB de Umuarama e a Irmã Maria Vieira feitoza - coordenadora do Núcleo da CRB de Maringá. Por tudo Deus seja Louvado!
 
 
 Irmã Maria Vieira Feitoza.

Encontro Intercongregacional em Floristópolis (PR)


Na cidade de Floristópolis na Arquidiocese de Londrina aconteceu um encontro de formação e confraternização para formandos (as) e formadores (as) de diveras congregações. De manhã tivemos o encontro de formação com a assessoria da Irmã Maria Vieira, da congregação das Irmãs de Cristo Pastor, com o tema: Motivação existencial e vocacional, onde tivemos vários questionamentos como: o que nos motiva a viver? O que nos motiva a querer viver a radicalmente a vida consagrada religiosa?  No decorer do encontro os formadores se reuniram para eleger uma nova coordenação para os encontros intercongregacionais. Foram eleitos Irmão Antônio (Marista) como coordenador e as assessoras Irmã Roseli (Oblata de São José) e Irmã Aparecida (Reparação).
Logo em seguida nos dirigimos a um recanto para nos confraternizarmos, tivemos almoço e varias brincadeiras, bem como um concurso de dança para os formandos com premiações. Ficamos muito satisfeitos com a organização do encontro.
                   Nesse encontro tivemos a oportunidade de conhecer varias congregações e jovens que estão vivendo a mesma experiência que nós, de deixar tudo, inclusiva a família, para ir a procura de uma resposta, a esse chamando de Deus em nossas vidas. A vocação a vida religiosa é um modo de viver em radicalidade o batismo, tendo em vista um encontro pessoal com Jesus Cristo.
Participamos deste encontro eu Josiane e Jéssica que somos aspirantes e a Irmã Olinda de Jesus Barradas.
                 Com isso convido você jovem para escutar esse chamado de Deus em suas vidas e fazer essa experiência de Jesus, e deixar que essa semente chamada VOCAÇÃO floresça em sua vida, e futuramente de muitos frutos.

                 Aspirante Josiane Apª Camani


Homenagem das (os) Lideres, coordenadoras (os), equipe de apoio, brinquedistas, da Pastoral da Criança a Irmã Clarice.


Querida Irmã Clarice Nossa Gratidão!

Ir Clarice, o tempo não corre, nem passa inutilmente sobre nossos sentidos; antes, causa em nossos espíritos, eleitos maravilhosos. Com essas sábias palavras de São tomas de Aquino, queremos te dizer, que nesse quatro anos que estivera a frente da Pastoral da Criança foram extremamente produtivos, não sentimos passar o tempo e que os efeitos da sua presença, amiga, carismática, mística, ousada e acima de tudo convicta foram capazes de produzirem muitos frutos e enriquecer muitas vidas, de crianças, gestantes, famílias e  especialmente a nossa  “família Pastoral da Criança”, pois sempre acreditou em nosso potencial. Com seu sorriso sincero e encantador sempre nos convocava a avançar para águas mais profundas, para promover a vida e a dificuldades encontras para você tinham sinônimo de desafios a ser enfrentados. Assim tinha o poder de arrancar de nós as qualidades, virtudes, porque sempre demonstrou que seu limites, os nosso limites não nos impediam de trabalhar para implantação do direito, da justiça, da igualdade na defesa da vida, enfim do Reino tão sonhado por Deus. Tu deves ter encontrado na vida Religiosa coisas que te cativaram e te engrandeceram a alma, ao ponto de alcançar o sentido mais profunda  da nossa existência...  passar pela vida fazendo o bem!
Seu jeito de amar tudo que fazia, a ponto de renunciar a tantos apelos do mundo lá fora, a habilidade de conviver com divergências de opiniões ou de interesses, fizeram de ti uma pessoa especial, amada e respeitada por que tiveram a oportunidade de conviver com você, por que foste capaz de testemunhar que o “diferente não divide apenas soma” e que as pequenas coisas, vitórias têm um valor incalculável.
Ensinou-nos a não julgar, a vencer nossos preconceitos no acompanhamento das famílias e  criar um relação de igualdade e respeito e sempre acreditar que as mesmas poderiam  ser  protagonistas das suas próprias vidas. “Sempre dizia “ não podemos tutelar as pessoas” fazer que se torne dependentes de nós. Se não for para que tenham mais vida, de nada serve nossa doação!
Deus com certeza, sempre concedeu ao seu coração a capacidade e a sensibilidade, de perceber os sofrimentos das pessoas e ao mesmo tempo a coragem de não ficar indiferente diante de esquemas e projetos que tiram a vida principalmente das pessoas mais fragilizadas, pois sempre demonstrou acreditar que “precisamos ir onde ninguém mais vai... precisamos acreditar naqueles, que ninguém mais acredita... isto é lutar para que todos tenham vida”!
Esta é a homenagem das (os) Lideres, coordenadoras (os), equipe de apoio, brinquedistas, a você querida Irmã, amiga, Religiosa... Sempre fará parte das nossas vidas e  terás sempre nossa eterna gratidão!

MISSÃO E PARTILHA

IRMÃS DE CRISTO PASTOR PARTILHAM A VIDA NA DIOCESE-IRMà DE UMUARAMA-Pr.  HUMAITÁ - AM

*Irmã Dirce Gomes da  Silva (ICP) 


Estamos no mês de Outubro, no qual todos os anos a Igreja nos motiva para nossa responsabilidade batismal; a vocação missionária, cujo fim é despertar os batizados, para tornar-s-e cada vez mais discípulos Missionários de Jesus Cristo, para que Nele todos os povos tenham vida e vida em abundância. (cf.Jo,10) e ainda como nos diz o Apóstolos: “Ai de mim se não anunciar o Evangelho.” (cf.1 Cor 9,16). Para melhor vivenciarmos o aspecto próprio desse mês que é a Missão, a Igreja, nós propõe, para cada ano, uma Campanha Missionária com temas e lemas  relacionados a Campanha da Fraternidade. Assim, para esse ano o tema será: Missão e Partilha com o Lema: Ouvi o clamor de meu povo. Sendo assim, queremos partilhar com você, a bonita experiência que nós:  Clarice Monteiro Anjos e Dirce Gomes da Silva realizamos nas terras do sul da Amazônia na Diocese de Humaitá, Igreja-Irmã da Diocese de Umuarama-Pr.
Juntamente com 12 leigos e um Padre, nos dias 01 de agosto a 23 de agosto 2010 viajamos  até a Diocese Irmá-Humaitá -AM. Com o objetivo de Conhecer sua a realidade como também partilhar a vida e experiências da Diocese Irmã Umuarama. A visita teve seu inicio no dia primeiro com a celebração da Eucaristia presidida pelo Bispo Diocesano Dom Francisco e a seguir recepções com janta e descanso no Hotel Sumaúma da cidade. O dia seguinte iniciou com um encontro de partilha com presença do Bispo, padres, Diáconos e religiosas. Na qual foi possível sentir as alegrias e as angústias de uma Igreja em Missão. Na terça dia 3 de madrugada tomamos o ônibus com destino a Apuí, seguindo pela Transamazônica em torno de 400 Km. Conosco viajava o Pe. Edivaldo da Diocese de Umuarama missionário nesta Paróquia.  Contemplando e admirando a belas florestas e rios já sofridos pela falta de água como  também sofremos, pela grande poeira trazendo-nos até mesmo algumas complicações respiratórias. Mas lá chegamos e nos alegramos pela maravilhosa acolhida dos seminaristas de nossa Diocese e da comunidade local. Partihando a vida, tanto em momentos de reunião, celebrando e vivenciando a vida do povo foi  sentimos a maravilhosa obra de Deus realizada pela presença dos missionários (as) que ali passaram, tanto  em Apuí como em Sucunduri.
De volta a Humaitá, antes de partimos de barcos para as outras Paróquias, fomos visitar mais um projeto missionário de recuperação de dependentes químicos acolhidos no centro de formação da Diocese. E na parte da tarde após mais uma reunião de avaliação como o Bispo, tomamos o barco e viajamos com destino as Paróquias de Manicoré; Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora Auxiliadora.  Recepcionados logo ao chegar ao Porto pelos Padres locais e Leigos da comunidade seguimos até ao salão Paroquial, na qual fomos acolhidos por  de um delicioso lanche  a modo da casa: Açaí com farinha de tapioca. Nos dia que ali ficamos, juntamente com os padres, religiosas e leigos, foi possível visitar várias comunidades, festejos, projetos sociais, como também vibrar com delicioso momentos fraternos e de lazer. Na avaliação final o grupo manifestou extasiado pela acolhida e garra dos padres, uma presença de verdadeiros Pastores. Uma Igreja viva e atuante. Ali foi uma escola. Aqui agente se sentiu na Amazônia.
No retorno tomamos o barco e de madrugada chegamos a Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora do Uruapiara. Ali residem os Padres Franciscanos missionários de Ponta Grossa –Pr. A acolhida de madrugada pelos Freis e durante o todo tempo que ali permanecemos nos encheu de muita alegria. Almoço oferecido por membros da comunidade, as caminhadas pelas trilhas, caminho esse, que fazem os padres para celebrar a Eucaristia.
Novamente de madrugada nos deslocamos até ao Porto para esperamos o momento em que o barco irá passar para assim prosseguirmos viajar para Humaitá. Mas, em fim, chegamos de volta a Humaitá, para mais visitas as comunidades e projetos sociais, visita ao presídio, programas de rádios e momentos de formação missionários para leigos.
 E assim, encerramos a visita na casa episcopal com mais um momento de: troca de experiência, confraternização, oração juntamente com o Sr. Bispo padres, religiosas e leigos e  concluirmos a  visita numa Igreja muito viva, vibrante e comprometida com o evangelho, com seu povo suas culturas e a natureza, tendo por destaque, o compromisso social através de diversos projetos sociais favorecendo a vida. Com essas experiências, efetivamente queremos desenvolver cada vez mais a consciência do chamado a anunciar o Evangelho em nossas comunidades locais mais também abrirmos sempre mais a cooperação Missionária entre todas as Igrejas                           

MUITA REZA, MUITA LUTA, MUITA FESTA!


O desejo de mudança lança toda a juventude, a rezar, lutar e festejar. São impulsos do coração que faz vibrar a vida, nos aproxima do amor de Deus. Celebrar um jubileu dos DNJ motiva as juventudes a celebrar de modo místico e festivo as vitórias de suas lutas.
Render graças, procurar a reconciliação é parte integrante do jubileu.Reconhecer Deus caminhante e presente na história é se colocar, em favor dos menos favorecidos, é lutar para que os que estão à margem encontrem também seu lugar no mundo. Foi e continua sendo o desejo e a luta da juventude.
A palavra nos convida a essa meditação que o livro de (Dt. 15,7 -8) “Abra a mão em favor do seu irmão, do seu pobre na terra onde você está!” Abrir-se a vontade de Deus, consiste, em estar disposto para lutar, para que todos vivam com dignidade na sua realidade. A juventude traz dentro de si força garra, vontade de realizar mudanças e construir uma sociedade melhor.  
                 
Que o grito juvenil deste momento nos leve ao compromisso maior com a vida de todos. Que o extermínio e a violência tenham um basta. Que o olhar da juventude se volte para as belezas de sua realidade, seus sonhos e que possa transparecer a paz e vida e a dignidade que Cristo resgatou na sua entrega na cruz morte e ressurreição. E que a vida aconteça no olhar da juventude que num só grito deseja mudar a história dizendo ao mundo: “Chega de violência e extermínio da juventude”. Pe. Gisley Queremos a todos os jovens direitos iguais e dignidade onde a vida possa prevalecer e manifestar com toda a sua alegria de ser.


Ir. Flávia Juliana Caobianco
Irmãs de Cristo Pastor

“DISCIPULOS E MISSIONÁRIOS DE JESUS CRISTO”


Celebrando o mês da Bíblia, neste domingo (12) de setembro aconteceu na Capela do Marabá uma Gincana Bíblica com as crianças e adolescentes da catequese. Entre as diversas provas estava o estudo dos Atos dos Apóstolos e arrecadação de alimentos que será revertido para algumas famílias da comunidade. As crianças participaram de maneira empolgada dedicando-se ao máximo nas provas principalmente na arrecadação dos alimentos, teatro bíblico e paródia. Obrigada as catequistas e a todos da Capela que prepararam com muito carinho essa tarde de estudo e recreação. A as crianças pelo envolvimento e dedicação em todas as atividades.

Irmã Daiane

A LEITURA ORANTE DA BÍBLIA



 A leitura orante da Bíblia é um alimento necessário para a nossa vida espiritual. A partir desta oração, conscientes do plano de Deus e sua vontade, podemos produzir os frutos espirituais em nossa vida.
         Conforme apresenta o Documento de Aparecida, “a Leitura orante, bem praticada, conduz ao encontro com Jesus-Mestre, ao conhecimento do mistério de Jesus-Messias, à comunhão com Jesus-Filho de Deus e ao testemunho de Jesus-Senhor do Universo” (DA 249). Portanto, a meditação da Palavra deve nos levar a conhecer melhor Jesus, para poder amá-lo, segui-lo e anunciá-lo. 
         A partir daí entendemos que o comprometimento com a evangelização perpassa pela experiência de Deus mediante o contato sistemático com a Palavra.
         Através da experiência pessoal e comunitária de escuta e de obediência à Palavra, somos capazes de deixar-nos envolver pelo plano amoroso e libertador de Deus.
         O Concilio Vaticano II no Decreto Apostolicam Actuositatem já dizia que “só pela luz da fé e meditação da Palavra de Deus, pode alguém reconhecer sempre e em toda parte a Deus no qual “vivemos, nos movemos e existimos” (At. 17,28), procurar em todas as circunstâncias a Sua vontade, ver Cristo em todos os homens [...]” (AA 4).
            Toda leitura orante da Palavra tende a nos conduzir à oração. Orar é, em primeiro lugar, um relacionamento amoroso e gratuito com Deus. A autêntica oração é sempre união e intimidade com o Deus Criador. E os frutos desta oração se manifestam ao longo da vida. A oração nos traz de novo a sensibilidade humana, muitas vezes, esquecida em nosso cotidiano. Quem ora se compromete, quem ora entende a dor e o sofrimento do outro. É impossível rezar e ficar de braços cruzados, sem perceber o sofrimento de tantos irmãos sofredores. A oração conduz a um apostolado fecundo.
         A leitura da Palavra de Deus só tem sentido na medida em que nos leva ao encontro com Cristo, aprofunda nossa união com Ele, e nos leva a retratar em nossa vida a sua palavra e as suas atitudes, para que nós sejamos cada dia mais discípulos e missionários dele no mundo de hoje. Esse é o verdadeiro sentido da leitura orante da Palavra de Deus.

Ir. Ana Brito – Irmãs de Cristo Pastor

O QUE ERA ANTIGO PASSOU, EIS QUE TUDO SE RENOVA

Dia oito de setembro, a Igreja celebra a Festa da Natividade de Nossa Senhora, Maria nasce imaculada e pura para merecer ter em seu seio o próprio Deus Encarnado, Jesus Cristo, salvação da humanidade que veio da humilde serva do Senhor. E nós Irmãs de Cristo Pastor juntamente com a festa Natividade de Nossa Senhora celebramos o dia Nossa Senhora Pastora. Como lemos no sermão de Santo André de Creta:

“Convinha que a esplendorosa e surpreendente vinda de Deus aos homens fosse precedida por uma alegria especial que nos preparasse para o dom grandioso e admirável da salvação. Este é o significado da festa que hoje celebramos, porque o nascimento da Mãe de Deus é o princípio desses bens prometidos, princípio que terá o seu termo e conclusão na predestinada união do Verbo com a carne. Hoje nasce a Virgem Maria; será amamentada e crescerá, preparando se deste modo para ser a Mãe de Deus, Rei de todos os séculos. Esta é uma solenidade de confins entre o Antigo e o Novo Testamento: a verdade substitui os símbolos e as figuras, e a nova aliança substitui a antiga.Cantem e exultem todas as criaturas e participem condignamente na alegria deste dia. Juntem se nesta celebração festiva os céus e a terra, tudo o que há no mundo e acima do mundo. Porque hoje é o dia em que o Criador do universo edificou o seu templo; hoje é o dia em que a criatura prepara uma nova e digna morada para o seu Criador”.
Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo (Sermão 1: PG 97, 806-810-Sec. VIII)
 

  
.Celebrando a festa da Natividade de Nossa Senhora, somos convidados a contemplar Maria, imitando as suas sublimes virtudes, como modelo de fé e de amor a Cristo e aos irmãos.
Peçamos a Deus que nos eduque na escola de Maria para que a seu exemplo sejamos testemunhas da Palavra na simplicidade e disponibilidade.

Conserva-nos sempre no teu regaço Mãe de amor eterno! E ensina-nos a ser mais como Tu, a entregarmo-nos totalmente ao amor, a Deus...
Graças te dou Maria, Mãe, Amiga, Confidente!

Nossa Senhora Pastora,

Rogai por nós!

Dia 08 de Setembro dia de Nossa Senhora Pastora


Oração a Nossa Senhora Pastora

Nossa Senhora Pastora, Maria, Mãe amada de Jesus Cristo, o Bom Pastor. Seu exemplo nos motiva a segui-Lo, buscando realizar sua Vontade.
Ensina-nos ó Maria, a sermos sensíveis e perceptíveis às necessidades do Povo, em tudo orientando-os, para que cresçam no conhecimento e na intimidade a Jesus Cristo, por meio da Palavra de Deus e da Oração.
Olhai para nós, vossas filhas e filhos com compaixão e ternura maternal. Intercedei ó Maria Pastora, para que sigamos sempre os passos de Jesus, o Bom Pastor, atentos a Sua voz, que nos chama e nos envia a manifestar seu amor a toda a humanidade.
Rogue ao Filho que suscite vocações para a Pia União das Irmãs de Cristo Pastor e para a Igreja. Que dê perseverança, fidelidade e santidade às Irmãs. Intercedei ó Mãe por nossos familiares, amigos e bem-feitores.

Amém. 

Ir. Solange das Graças Martinez Saraceni, ICP

LEITURA ORANTE

DADOS HISTÓRICOS E METODOLÓGICOS



1. TERMINOLOGIA:
A expressão Leitura Orante (Lectio Divina), significa: leitura divina, leitura orante, leitura lenta e atenta da Palavra de Deus. É uma maneira orante de fazer a Leitura da Bíblia, dialogando com Deus a partir de sua Palavra.  A Leitura Orante da Bíblia para ser bem feita, exige atenção, disciplina, assiduidade, humildade, gratuidade e prontidão para acatar os ensinamentos divinos. E ainda, atenção ao método proposto (leitura, meditação, oração e contemplação). 
A Leitura Orante não é estudo e nem experiência extraordinária. É um modo orante de ler a Bíblia, para “escutar o que Deus tem a lhe dizer, conhecer a sua vontade e viver melhor o evangelho de Jesus Cristo”.(Frei Carlos Mesters).
É colocar-se a disposição de Deus: “Fala Senhor que teu servo escuta”. (1 Sm 3,10).“Faça-se em mim segundo a tua Palavra”. (Lc1,38).

1.1 CONHECENDO A HISTÓRIA 

Para os judeus, é a obediência à Palavra de Deus que garante o cumprimento da promessa: bênção, terra, e descendência. Israel é convidado a ouvir o Senhor e amá-lo, obedecendo e praticando todos os seus estatutos (Dt 6,4, Dt 30,11-14; Ex19, 8; Ex 24,7). A Palavra era para ser meditada, rezada e ensinada, estando no coração e na mente. Deveria ser escrita na entrada das casas para que o povo nunca deixasse de meditar. (Dt 6,1-13). Os judeus entendiam que a Torá era a presença de Deus no mundo e que deveria ser experimentada pela oração, meditação e contemplação (Ne 8,1-12), pois é através da meditação que o povo descobre a vontade de Deus em seu dia-a-dia. (Js 1,8; Sl 1,2).

O Novo Testamento relata a relação profunda de Jesus com as Sagradas Escrituras, a tal ponto de assumir a Palavra de Deus em sua vida e missão. Para ele a Palavra tem que ser atualizada no hoje da história (Sl 21 (22); Lc 4,16-30; 24,13-35; At 8,26-40). A Igreja primitiva, a exemplo de Jesus, continuou a rezar e a praticar a Palavra, e ainda, pela ação do Espírito Santo, foi capaz de interpretá-la e reescrevê-la a partir de Jesus Cristo; a Palavra Encarnada, (Jo 1,14), Nele se cumpre toda a escritura (Lc 4, 20).

Os Santos Padres, dentre eles se destaca Orígenes, assumiram a prática da Igreja primitiva, de fazer uma Leitura Orante da Palavra, e assim, difundiram aos fiéis. Para eles “a Leitura Divina supõe escuta e resposta”. Outro grupo importante pela prática da Leitura Orante são os monges. Eram assíduos na meditação, vivendo na intimidade com Deus por meio da Palavra.

Infelizmente, ouve um período, a partir do século VIII, em que o povo não teve mais acesso mais Palavra, passando a conhecê-la quase que unicamente por meio da História Sagrada e das pinturas dos vitrais das Igrejas. Entretanto, a Bíblia continuava sendo lida e meditada nos monteiros.  Entretanto, a Leitura Orante, como é conhecida hoje, com seus quatro passos: leitura, meditação, oração e contemplação, foi sistematizada no século XII, por um monge Cartuxo, chamado Guido II da ordem cisterciense.

Lamentavelmente, na Idade Moderna, aconteceu outra crise de ruptura com a Bíblia, tudo passa a ser interpretado à luz da razão, ou de modo oposto, no fundamentalismo e sentimentalismo. Porém, Deus que jamais abandona o seu Povo, por meio de seu Espírito Santo, mobilizou a Igreja através do Vaticano II para que retornasse as Sagradas Escrituras (DV21-26). Daí pra cá, a Igreja tem conclamado os fieis para se aproximarem mais da Bíblia, conforme recomendou a Conferência de Aparecida: “entre as muitas formas de se aproximar da Sagrada Escritura, existe uma privilegiada à qual somos convidados: a Lectio Divina ou exercício da leitura orante da Sagrada Escritura. Essa leitura bem praticada conduz ao encontro de Jesus Mestre” (DA 249). Também o Sínodo da Palavra lembra aos fiéis a importância de desenvolverem uma intima relação com a Palavra. Cada Igreja particular tem se empenhado em realizar atividades que concretizem esse projeto, como tem feito a Arquidiocese de Londrina, que vem estimulado muito a Leitura Orante da Palavra, através da oração pessoal e comunitária, também, por meio de retiros, encontros de capacitação da Leitura Orante, reuniões dos Grupos Bíblicos de Reflexão, Escolas Bíblicas e Teológicas.

1.2 Os quatro passos da Leitura Orante segundo Guigo II

No século XII, o monge Guigo II, enquanto fazia trabalhos manuais, trazia consigo uma escada. Pediu a Deus que lhe desse a graça de subir até Ele, assim como se sobe em um andaime, foi então, que teve uma visão, na qual, viu uma escada com quatro degraus que chegava até Deus, chamada “escada espiritual”, ou “escada dos monges”, onde cada degrau estava interligado com o outro, sendo que o primeiro degrau era sustentado pela Palavra. Os degraus eram: leitura, meditação, oração e contemplação. A base da escada unia a terra ao céu, chegando até Deus. Na escada de Guido cada degrau precede e depende do outro, nenhum pode subsistir sem o outro.  Assim acontece com a leitura, meditação, oração e contemplação.
A leitura oferece o material para a meditação. A assimilação da meditação leva a oração e a oração provoca a contemplação, segundo a qual, o fiel passa a ver o mundo com os olhos de Deus, ou seja, se compromete, tornando-se discípulo missionário.

Leitura (Lectio): É o primeiro degrau da escada. Ela se propõe a responder a seguinte questão: O que o texto diz em si? É um processo lento, onde o leitor precisar ler várias vezes o texto, até se familiarizar com a Palavra, sendo capaz de contar espontaneamente o texto lido. Nesse passo, recomenda-se que se observe as palavras chaves, os verbos, as palavras repetidas, podendo grifar a expressão que mais chamou a atenção. Ao ler o texto sagrado não se pode desconsiderar o contexto em que foi escrito. Faz-se necessária uma leitura atenta e lenta para não manipular o texto, considerando os três níveis: literário, histórico e teológico.
“No nível literário vai-se analisar o texto, descobrindo a sua relação com o contexto literário. Algumas perguntas podem ajudar como: Quem? O que? Por quê? Quando? Como? Com que meios? Como o texto se situa dentro do contexto literário do livro de que faz parte? No nível histórico vai-se buscar conhecer o contexto nos aspectos: político, social, econômico, ideológico, afetivo, antropológico e outras. Procura-se descobrir quais os conflitos que estão por traz do texto ou nele se refletem para, assim, perceber melhor a encarnação da Palavra de Deus na realidade conflitava humana, tanto do povo do Bíblia como nossa. No nível teológico vamos procurar saber o que Deus tinha a revelar naquele tempo e como o povo respondia, assumia e celebrava a Deus. Busca-se o sentido de cada palavra. Aconselha-se a usar alguns recursos como: comentários, notas de rodapé, dicionário”... Depois de se ter obtido todas essas informações, quando se sente interrogado pela Palavra, então chegou o momento de se passar para o segundo passo.

Meditação (Meditatio): É o segundo degrau da escada orante, o momento de atualizar a Palavra. A Leitura Orante, é como um espelho, que reflete o passado no presente, no chão concreto do dia-a-dia. A meditação busca uma resposta iluminadora para a vida a partir do próprio texto sagrado. “O que o texto me (nos) diz hoje”? Propõe-se uma reflexão profunda, e interpeladora como fez Maria (Lc 2,19. 51). A Palavra faz uma conexão entre o texto e a vida, entre nós e Deus.  Algumas perguntas podem ajudar como: “Qual é para mim a idéia e o valor fundamental do texto lido? Por que é importante? O que me sugere e como me questiona? Com qual personagem me identifico? Que sentimentos e atitudes me transmitem? Como posso, com esses pensamentos, iluminar minha vida? Trata-se de deixar que a Palavra penetre profundamente na intimidade do meu coração, e depois mobilizar todas as energias para confrontar-se, ir dentro da Palavra e converter-se a ela. A meditação indica o esforço que se faz para atualizar o texto e trazê-lo para dentro do horizonte da vida e realidade, tanto pessoal como social”. Outro modo de meditar é “ruminar” a Palavra, repetindo várias vezes o versículo que mais chamou a atenção, saboreando-a até que ela ilumine a missão (Ez 3,1-3). A meditação nos ajuda a compreender, pela ação do Espírito Santo, o próprio Deus (2 Tm 3,16), e a entender o sentido pleno da Palavra (Jo 16,13). Quando a Palavra provoca desejo de falar com Deus, então chegou o momento de subir mais um degrau.
Oração (Oratio): É o terceiro degrau. Acontece quando se é capaz de perceber a luz da leitura e meditação os apelos de Deus. É quando a Palavra lida e meditada provoca um diálogo com Deus. “O que o texto me (nos) leva a dizer a Deus”?  É o momento de resposta, de confrontação entre o projeto divino e a fragilidade humana. Os questionamentos feitos pela Palavra se tornam oração, motivo de louvor, súplica, ação de graças, arrependimento. A oração faz voltar a Deus o que ele mesmo disse pela Palavra e pela ação do Espírito Santo. Ela se insere na própria vida. O que se vive torna-se conteúdo da oração e expressão do amor de Deus. A oração leva à ação e a ação leva à oração (Lc 10, 29-42). Entretanto, os momentos reservados são essenciais para um encontro íntimo e profundo com Deus que se revela na Palavra e na vida humana. Toda a oração deve ser movida pela Palavra, deve-se falar com Deus a partir do texto. Quando as palavras se esgotam e brota no coração o desejo de ficar calado diante de Deus, apenas deixando-se ser amado por ele, então está na hora de passar para o passo seguinte.

Contemplação (contemplatio): É o último degrau da escada. Para a tradição da Leitura Orante, a contemplação é o ápice, o ponto alto do método, é o resultado da assimilação da Palavra de Deus no coração humano. Leva a dar uma resposta a Deus assumindo compromissos de acordo com a Palavra: “O que o texto me (nos) leva a viver”? A contemplação é o resultado dos três primeiros passos, é como a seiva de uma planta, é a doçura, o sabor, o que restou da leitura, meditação e oração. É a hora de fixar o olhar em Deus (Sl 25,15a), deixando-se abraçar por Ele (Lc 15,20). A contemplação não requer palavras, mas um silêncio contemplativo. Ela convida a conversão, ao compromisso, ela leva a ação.      

Ir. Solange das Graças Martinez Saraceni, ICP


REFERÊNCIA:

BIANCO, Enzo. Lectio Divina: encontra Deus na sua Palavra. São Paulo: Salesiana2009;
CONFERÊNCIA DOS RELIGIOSOS DO BRASIL. A Leitura Orante da Bíblia. São Paulo: Loyola, 1990;
MESTRES, Carlos; BROLLO, Elda. Leitura Orante da Bíblia: São Paulo: Paulinas, 2008 (Florder);
ZEVINI,Giorgio. A Leitura Orante da Bíblia. São Paulo: Salesiana, 2006.

DEUS CONTINUA CHAMANDO

A vocação é um dom divino. Um chamado dirigido ao mais profundo do coração humano (Jr 1, 4-5). É sinal do amor de Deus dirigido à pessoa chamada e ao povo. Ela tem uma finalidade missionária, mas antes de ser exercida, precisa do consentimento humano (Lc 18,18-23). Por mais que Deus queira realizar uma obra por intermédio do eleito, ele sempre vai esperar o consentimento da pessoa chamada (Is 6,8). Às vezes, o(a) vocacionado(a) não se sente preparado(a), diante da desafiante missão, então busca ajuda em outras pessoas (Ex 4,10-17). Deus, muitas vezes, se vale da fraqueza humana para realizar o seu plano, pois o Reino é de Deus. O(a) vocacionado(a) é um instrumento útil para a concretização do plano divino. (At 9,15).
Toda a vocação surge por causa do Reino, para garantir que a vida humana seja mais valorizada e respeitada. Hoje não é diferente, Deus continua chamando pessoas para realizar grandes missões. Algumas pessoas são chamadas para realizar missões com maior visibilidade, outras de modo bem discreto, mas sempre em vista de tornar o Reino mais visível. Quando se sente o chamado, geralmente se tem medo, pois sente-se no peito um eco muito forte, que  impele a tomar uma decisão. A resposta dada a Cristo, exige mudança de atitudes, de certo modo, uma ruptura com o jeito que se vivia até o momento de pronunciar o sim. É uma proposta de maior comprometimento com tudo o que é de Jesus. Isso exige um enamorar-se de Cristo, por meio da Palavra e da Oração.
A busca pela vontade de Deus leva a pessoa chamada a buscar um meio para viver em profundidade esse chamado.Então, inicia-se a busca por instituições, que favoreçam a vivencia do carisma pessoal, por meio do carisma institucional. Ou seja, o(a) jovem busca uma congregação religiosa, um seminário, uma comunidade de vida, ou um maior engajamento na Igreja por meio das pastorais, serviços, movimentos, associações e organismos.
Se você sente-se chamado por Jesus Cristo, não tenha medo de dar sua resposta a Ele. Jesus Cristo é a melhor notícia que se tem para divulgar. Ele continua a interpelar muitos corações. O Homem de Nazaré continua a passar no mar da Galiléia de hoje. E ainda olha para você jovem e te convida, “Segui-me” (Mt 4,18-22).

Os jovens de hoje são sedentos de Deus, estão inconformados com o atual sistema. Nem sempre tem consciência dessa busca. Estão buscando a auto-realização, mas somente Deus pode realizar plenamente o ser humano, pois quanto mais perto do Criador a criatura humana estiver, mais feliz e realizada será.  A pergunta de Jesus feita aos primeiros discípulos se dirige também a juventude atual: “Que estais procurando?” (Jo 1,38a) Eles responderam imediatamente. “Rabi (que, traduzido, significa Mestre), onde Moras?” (Jo 1,38b). Jesus lhes diz: “Vinde e Vede. Então eles foram e viram onde morava, e permaneceram com ele”. (Jo 1,39a).
Jovem, se você sente essa interpelação de Jesus, procure fazer um discernimento vocacional. Estamos a sua disposição para ajudá-lo a encontrar Jesus e a permanecer com ele. Procure uma de nossas casas.
“Eis o Cordeiro de Deus” (Jo, 135), o Bom Pastor, que dá a vida por suas ovelhas (Jo, 10,11). Com carinho e estima, Ir. Solange das Graças Martinez Saraceni.

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