O caminho de Emaús


Pelo Caminho os dois discípulos lado a lado conversando
Cabisbaixos e tão tristes com os olhos de desencanto
No calor do sentimento, incapazes de reconhecer
Um peregrino que estava ao lado e ia os acompanhando.

Neste  gesto de se aproximar fica sensível o coração
O forasteiro deconhecido quis saber o que aconteceu
“Tu és o único por estas bandas que não sabe o que aqui ocorreu
O nosso líder tão poderoso que dizia ser filho de Deus
 foi entregue as autoridades e na cruz então morreu.
Pensávamos que que fosse ele o nosso libertador
que seria o salvador, mas já fazem três dias que tudo isso acontecedeu....”

Depois de desabafar o sentimento do coração
Era hora de calar e escutar com atenção
O peregrino falar, tentando explicar
Pela palavra pelos profetas todo um projeto de salvação.

O caminho daquele dia era via de muita dor
“como é difícil neste momento faze-los compreender
Era preciso que tudo isso viesse acontecer
um Deus que amou tanto, como homem quis nascer
E para entrar na sua glória como homem tinha que morrer.
Foi então que nos discípulos algo novo nasceu
Uma chama apareceu fazendo o coração no peito arder.

O coração dos dois discípulos abrasados no caminho
Não deixaram que o amigo prosseguisse sozinho
Ao chegar ao povoado chamado Emaús
já era tarde quase noite a escuridão estava vindo.

O convidaram para a mesa e para descansar
“fica conosco nesta hora senta-te a mesa da refeição”.
Foi então que o reconheceram pelo gesto de partir o pão
“era por isso que no caminho nos ardia o coração”
os seu olhos se abriram como flexes de luz e viram que era Jesus
era preciso retornar e anunicar aos irmãos.

(Ir.Doralice de lima Barreto)

MARIA A VOCACIONADA DE DEUS


Maria foi aquela que soube escutar no silêncio do seu coração o chamado de Deus. Ela se sente pequena perante o mistério que lhe é proposto, porém, não titubeia e responde com o coração: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.” Lc 1, 38.
            Maria nunca recebeu respostas antecipadas, a não ser no início de sua missão. Ainda sim o mistério não foi totalmente desvendado, ela teve que caminhar perguntando a si mesmo cada dia: como será hoje? E em cada dia ela deu a resposta e tomou a atitude de quem está pronta a colaborar com Deus.Assim sendo, Maria é modelo por excelência para todo vocacionado, seja para Vida Consagrada, clerical ou laical, pois ela viveu com total doação os planos de Deus e acima de tudo, soube responder ao forte apelo que Deus fez e faz a tantas pessoas, o “vem e segue-me”.

            Com Maria aprendemos o valor do silêncio, o significado da humildade, a disponibilidade da resposta, a capacidade de meditar os desígnios de Deus e a ousadia da fé. Ela nos precede na confiança ao Senhor e na entrega  total da vida. Com ela aprendemos também que o chamado vocacional nos leva a uma missão, pois mesmo grávida vai visitar sua prima Isabel. Ela é a tenta a necessidade das pessoas e ao mesmo tempo é servidora e missionária.
           Este mês de Maio somos convidados (as) a olhar para Maria como esse modelo vocacional de: ESCUTA DISPONIBILIDADE, SERVIÇO e DOAÇÃO.

            Que Nossa Senhora Pastora nos ajude a viver a cada dia estas virtudes na nossa caminhada vocacional.


Ir. Ana Brito                             
Promotora Vocacional das Irmãs de Cristo Pastor


Fonte de pesquisa: MOSER, Hilário. Caminhando com Maria. Ed. Dom Bosco, São Paulo,  1990.

MEDITEMOS COM MARIA O MISTÉRIO DA NOSSA CONSAGRAÇÃO


A vocação de uma pessoa humana para consagrar a sua vida toda situa-se numa relação especial com a consagração do próprio Cristo pelos homens. Ela germina sempre da raiz sacramental do Batismo, que encerra em si a primeira e fundamental consagração da pessoa humana a Deus. A consagração mediante a profissão dos conselhos evangélicos — ou seja, mediante os votos ou as promessas — é um desenvolvimento orgânico daquele princípio que é o Batismo. Na consagração está contida a escolha amadurecida que se faz do próprio Deus, a resposta esponsal ao amor de Cristo. Quando nos doamos a nós mesmos a Ele de modo total e indiviso, desejamos « segui-1'O », tomando a decisão de observar a castidade, a pobreza e a obediência no espírito dos conselhos evangélicos. Desejamos ser o mais semelhantes possível a Cristo, conformando a nossa própria vida segundo o espírito das bem-aventuranças do Sermão da Montanha. Mas sobretudo, desejamos possuir a caridade, que permeia todos os elementos da vida consagrada e os une como um verdadeiro « vínculo de perfeição (cf. Col 3, 14). (Cf. Conc. Ecum. Vaticano II, Const. dogm. sobre a Igreja Lumen Gentium, n. 44; Decr. sobre a renovação da vida religiosa Perfectae Caritatis, nn. 1; 6; C.I.C. can. 573 S 1; 607 3 1; 710).Tudo isto está contido no significado daquela palavra de São Paulo « morrer », o que se inicia sacramentalmente no Batismo: um morrer com Cristo, que nos torna participantes dos frutos da sua ressurreição, à semelhança do grão de trigo que, caindo na terra, « morre » em vista de uma vida nova (cf. Jo 12, 24). A consagração de uma pessoa pelos vínculos sagrados, é que determina uma tal « novidade de vida », que poderá realizar-se somente sobre a base do « esconder-se » em Cristo de tudo o que constitui a nossa vida humana: a nossa vida está escondida com Cristo em Deus.
Se a consagração de uma pessoa pode ser comparada, sob o ponto de vista humano, com o « perder a vida », no entanto ela constitui ao mesmo tempo o caminho mais direto para « a reencontrar ». Cristo, efetivamente, diz: « Quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, achá-la-á » (Mt 10, 39). Estas palavras são a expressão, certamente, do carácter radical do Evangelho. Ao mesmo tempo, porém, é difícil não vislumbrar quanto elas se referem ao homem, quão singular é a sua dimensão antropológica. O que é que existe de mais fundamental para um ser humano — homem ou mulher — do que isto precisamente: o encontro de si mesmo, o encontro de si mesmo em Cristo, uma vez que Cristo é « a plenitude » (cf. Col 2, 9)?
Estas reflexões, centradas no tema da consagração da pessoa mediante a profissão dos conselhos evangélicos, levam-nos a permanecer constantemente no âmbito do Mistério pascal. Com Maria Santíssima, procuremos ser participantes daquela morte que deu frutos de « vida nova », na ressurreição: essa morte na Cruz foi algo infamante e foi a morte do seu próprio Filho! Mas exatamente aí, aos pés da Cruz, « junto da qual esteve, não sem desígnio de Deus » (Conc. Ecum. Vaticano II, Const. dogm. sobre a Igreja Lumen Gentium, n. 58) não compreendeu porventura Maria Santíssima, de uma maneira nova, tudo aquilo que já tinha ouvido no dia da Anunciação? Precisamente aí, e precisamente mediante a « espada que trespassou a sua alma » (cf. Lc 2, 35), mediante a incomparável « kenose da fé » (Carta Enc. Redemptoris Mater (25 de Março de 1987), n. 18: AAS 79 (1987), p. 383), acaso não entreviu Maria cabalmente a plena verdade sobre a sua maternidade? Exatamente aí, não se identificou Ela de maneira definitiva com tal verdade « achando a alma » que, na experiência do Gólgota, teve de perder do modo mais doloroso que podia haver, por causa de Cristo e por causa do Evangelho? E precisamente neste « encontro » pleno da verdade quanto à maternidade divina, que se tornou a « parte » de herança de Maria desde o momento da Anunciação, é que se inscrevem as palavras de Cristo proferidas do alto da Cruz, as quais indicam o Apóstolo João, designam um homem: « Eis o teu filho » (cf. Jo 19, 26). Amados Irmãos e Irmãs: retornemos constantemente, pela nossa vocação e pela nossa pro-fissão, ao mais profundo do Mistério pascal! Apresentemos-nos junto da Cruz de Cristo, ao lado da sua Mãe! E aprendamos dela o que é a nossa vocação. Não foi o próprio Cristo, porventura, que disse: « Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é para mim irmão, irmã e mãe » (Mt 12, 50)?
JOÃO PAULO II

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