FAMÍLIA



Família: espaço sagrado da paz, e da manifestação da vida nova em Deus.

Anseios de vida nova, busca de um sentido para a própria existência, medo da morte enquanto fracasso esperança do amor que tudo renova... Tudo isso encontra sua razão de ser na ressurreição de Jesus. Ela é o dinamismo que impulsiona a vida e ação de nossas famílias, e de cada um de nós, que se comprometem com Cristo, de modo que se realize hoje a prática de Jesus de Nazaré. A ressurreição de Jesus é demonstração de como pode ser plena a vida de todos os cidadãos e famílias que se empenham em transformar nossa sociedade profundamente marcada pelas desigualdades, o que exprime uma sociedade excludente. Diante do projeto de vida e missão de Jesus, somos convocados a reavaliar nossas práticas cotidianas e verificá-las se de fato se embasam no processo de inclusão proposto por Jesus. A páscoa é a festa da inclusão por excelência. Em Jesus Cristo toda a família humana foi redimida. É nele que se planifica o dialogo de Deus com a humanidade. Pensar na família é pensar no Deus que se fez humano para nos humanizar. E neste sentido, tomar a refeição juntos é sinal de comunhão e partilha; gesto este que, evidencia uma relação vital e existencial com Jesus. Jesus vive também esse clima familiar com os seus. Contudo, deixa bem claro que, tomar a refeição juntos, significa necessariamente dar a vida sob a forma de serviço. ”onde todos são por um, e um por todos”. (Pe. Zezinho). Com efeito, celebrar a páscoa do senhor, em família, na família e com a família é poder experimentar já aqui neste mundo a vida em comunhão com a família trinitária, que se revela através da harmonia perfeita, paz em plenitude, amor pleno que une e reúne as pessoas, uma utopia possível. È no seio da família (saudável) que o ser humano aprende a ser “verdadeiramente humano”. A experiência do perdão, da partilha, da correção fraterna, do acolhimento, do amor, das alegrias e tristezas vividas em família forma o ambiente privilegiado e insubstituível para desenvolver a cultura da paz. Assim, as relações familiares, embora muitas vezes não sem dificuldades, devem contribuir eficazmente para o aprendizado da superação de problemas e conflitos, e o desenvolvimento de uma mentalidade em favor da e pela paz. Seguindo este itinerário, gostaria de enfatizar que, nas últimas décadas, tivemos a desventura de ver terríveis acontecimentos que marcaram a família no Brasil, desde simples questões de convivência até sua base conceitual transformada por uma forte crise de valores. Igualmente somos interpelados pelo Evangelho. Considerando a centralidade de nossa fé, o mundo precisa saber quais são os pilares da instituição familiar e reassumir esses pilares, se quiser, um dia, pensar em paz, justiça, fraternidade e inclusão. È sabido por todos, e não precisamos ser especialistas para constatar o vínculo entre a atual situação da família e questões ligadas á violência e falta de amor e sensibilidade pelo outro. Essa responsabilidade e co-responsabilidade são colocadas á frente de todos e todas pela campanha da fraternidade deste ano, que não deve encerrar na páscoa, mas ser uma postura de vida que possa permear a nossa vida e missão. Seguindo esta linha de pensamento quero trazer aqui o sentido da expressão Shalom. Significa: Saúde, prosperidade, bem-estar geral, físico, psíquico, espiritual e social enfim, bom relacionamento entre o ser humano e Deus. È uma condição de liberdade, vivenciada externamente como uma ausência de guerra ou de inimigos, ou internamente, equilíbrio, coerência de vida, prudência, alegria e outros. A falta de Paz destitui a pessoa de sua condição de sujeito. Por isso levantemos a bandeira da justiça e da paz tão sonhada e deseja pelo nosso amado Deus. Uma santa e abençoada páscoa para todas as famílias de nossa cidade.



Irmã Maria Vieira Feitoza
Psicóloga - CRP -08/06967-2

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