O Jovem e a Religião

Quando falamos sobre evangelização da juventude, em um contexto eclesial nos deparamos com uma realidade desafiadora e complexa. Os bispos reunidos com o Papa Bento XVI na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe em Aparecida em maio de 2007, destacaram a importante contribuição que o jovem oferece a Igreja e a sociedade pela sua sensibilidade e generosidade, mas também não esconderam por sua vez a preocupação da Igreja com inumeráveis jovens de nosso continente que passam por situações que os afetam profundamente: a pobreza, educação de baixa qualidade, suicídio, globalização entre outros. Tornando-os presas fáceis diante de tantas propostas religiosas. (DA 444 – 445).
Sabemos que a sociedade atual manifesta uma crise nas instituições tradicionais, vivemos em um tempo de profundas e rápidas mudanças, que nos marcam de diversas formas, inclusive nossos jovens. Vivemos hoje diante da cultura da competição, da performance, da simulação, do imediatismo e da exclusão fazendo com que muitos jovens sejam afetados pelo narcotráfico, pelo alcoolismo, pela preocupação exacerbada com a aparência e pela prostituição que lhes rouba a melhor fase de suas vidas. “Nessa fase contemporânea, a juventude transforma-se em ‘marca’ criada pela mídia, impondo-lhe um estilo de vida, de consumo, como padrão para outras idades. Crianças são atraídas para serem jovens, enquanto adultos permanecem tentados a assumir de maneira desajeitada”. (LIBÂNIO, 2004, p. 38). Tais realidades tem levados nossos jovens a criar uma realidade fantasiosa da própria vida, lutando para alcançar um “padrão” pré-estabelecido que os façam sentir pertencentes a um determinado “grupo”. Gerando em muitos uma crise de sentido, uma vazio existencial uma “ausência” de Deus.
Porém dentro de toda esta realidade “Deus não foi embora o sagrado permanece rico e solido, no contexto pós-moderno” (José J. Queiros). Frente a essa realidade, a religião quer e contínua, sendo um caminho que nos proporciona vivências profundas e marcantes, que nos ligam e religam com a vida e sua sacralidade e nos humaniza. Do encontro pessoal com Jesus Cristo descobrimos o sentido ultimo de nossa existência, caminhando junto D’ele nosso coração vai se aquecendo dissipando as nossas cegueiras.
Consciente desta realidade a Arquidiocese de Maringá também lança no seu 22° Plano de Ação Evangelizadora seu olhar sobre a juventude. A arquidiocese deseja abrir todos os espaços possíveis da Igreja para acolher os jovens e valorizar a sua participação, sua linguagem sua cultura e sua mística. (Cf. 22° Plano de Ação Evangelizadora Arquidiocese de Maringá). Assumindo três projetos para a juventude: 1) a Escola Missionária de Juventude, para capacitar lideranças para o trabalho com jovens na comunidade paroquial; 2) a Carta Pastoral sobre Juventude, para orientar a ação evangelizadora da juventude através de uma carta temática do arcebispo e toda a Igreja Particular de Maringá; 3)a criação de Grupos de Vivência pós-crisma, para ajudar os jovens que foram crismados a elaborar um projeto pessoal de vida.
Diante desta proposta da Igreja e da Arquidiocese de Maringá nossa Comunidade Paroquial acolheu este Plano de Ação Evangelizadora com uma “recepção criativa”. No dia 15 de Agosto tivemos em nossa paróquia a missa pré-balada direcionada para a nossa juventude bem contextualizada valorizando a experiência da cada jovem. Foi uma celebração dinâmica organizada por alguns jovens de nossa paróquia. Mas não para por ai nosso trabalho com a juventude há muito que se fazer, por isso estamos nos planejando e refletindo o que de fato podemos elaborar enquanto paróquia para que nossos jovens sintam-se cada vez mais cativados e entusiasmados pelo projeto de Deus. Pois "Nem sempre podemos construir o futuro para nossa juventude, mas podemos construir nossa juventude para o futuro." (Franklin Roosevel).

Irmã Daiane Pereira Francisco.

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