Os santos vivem o sonho de Deus a
respeito de toda a humanidade. Fomos criados para ser santos, imaculados,
irrepreensíveis no amor. Nos santos a graça é vitoriosa e o pecado é derrotado.
Neles acontece a vivência do evangelho. Eles são o evangelho vivo. Santidade é
seguimento de Jesus.
Os santos não
gostam de falar de si mesmos. Eles estão focados e envolvidos por Deus, pela
graça. Colocam Deus e os irmãos em primeiro lugar. Todos os santos vivem o
primeiro mandamento. Eles foram divinizados, purificados, transformados,
santificados pela graça.
O foco, o
centro, o núcleo da vida dos santos é a experiência de Deus, a adoração, a
mística e a fé inabalável. Eles nos arrastam para Deus. Tudo o que admiramos
nos santos é fruto da graça divina, é vitória da fé. Nenhum santo atrai as
pessoas para si, mas, para o amor de Deus.
Antes de tudo, os santos sentem-se
pecadores e fazem penitências, sacrifícios, reparações pelos seus pecados. Eles
não se colocam acima dos outros. Pelo contrário, os santos manifestam grande
compreensão, misericórdia e bondade para com os pecadores. Eles abominam o
pecado e abraçam o pecador.
Os santos são admiráveis no amor
fraterno. Eles sabem perdoar, compreender, ajudar, promover e servir os outros.
Os pobres, os pequenos, os sofredores, são seus prediletos. Amam o próximo de
todo coração, com gestos concretos e em verdade. Eles vivem a fraternidade em
profundidade.
Na verdade os santos movem o mundo.
Eles fascinam os povos e nações porque fazem e realizam o que todos nós
sonhamos e desejamos ser e fazer. Eles alcançam aquele ideal que nós
gostaríamos de alcançar. Os santos são muito humanos, sua santificação e
santidade os transformam em pessoas de bom coração, solidariedade, paciência,
compaixão.
Nossa primeira atitude diante dos
santos é aprender com eles a amar a Deus e o próximo, segui-los no caminho da
fé, da conversão, do sacrifício e da verdadeira alegria. Antes de pedirmos sua
proteção e ajuda, precisamos imitá-los e alcançar a nossa santificação. Como
nós devemos ser? Os santos mostram o caminho e os meios.
Os santos comprovam que a oração, a
Palavra de Deus, os sacramentos especialmente a Eucaristia, Maria e a cruz são
grandes meios de santificação. Para eles as provações e as humilhações são graças,
bênçãos e favores divinos. Fazem a experiência do seu nada,esvaziam-se de si
mesmos e se tornam repletos da graça de Deus.
Os santos são exigentes consigo e
compreensivos com os outros. São testemunhas de grandes sofrimentos e grandes
alegrias. Eles têm os pés na terra, o coração nos irmãos e os olhos fitos no
céu. O santo vive de esperança e confia na glória da vida eterna. O céu e a esperança
na visão de Deus são o segredo de sua vida.
Possa os santos atrair-nos para
Cristo Jesus, animar-nos no caminho do evangelho, ajudar-nos a servir os irmãos
de todo coração.
Todos os santos e santas, rogai por
nós. A maior tristeza que nos invade e a de não sermos santos, mas, nossa maior
alegria e a santidade.
Os santos refletem a beleza de Deus
e alcançam o ideal do verdadeiro humanismo. Quanto mais santo é alguém, tanto
mais humano. Quem deseja ser melhor do que é e para isso se esforça, está no
caminho da santidade. Ser santo não é ser perfeito, mas, lutar constantemente
contra o mal e incansavelmente recomeçar. Os santos são rígidos consigo mesmos
e contra o pecado, mas, profundamente misericordiosos com os pecadores. Tão
próxima de nós está à santidade a tal ponto que o fogão, a vassoura, o bisturi,
o trator, o volante são altares de santificação. Louvemos a Deus santo e amemos
a Igreja santa cujo pecado nunca a destruirá. Quanta alegria na santidade.
Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina
0 comentários:
Postar um comentário